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Premiê da Tailândia pede dissolução do Parlamento e amplia crise política

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O primeiro-ministro da Tailândia, Anutin Charnvirakul, solicitou ao rei nesta quinta-feira (11) a dissolução do Parlamento, o que abriria caminho para eleições antecipadas. A decisão ocorreu durante impasse dos governistas com o maior bloco parlamentar, o oposicionista Partido do Povo, e confrontos com o vizinho Camboja, que já causaram a morte de dezenas de pessoas.

Segundo o porta-voz do governo, Siripong Angkasakulkiat, o rompimento se deu após divergências que impediram o avanço de votações no Legislativo. “Isso aconteceu porque não podemos seguir em frente no Parlamento”, disse ele à agência de notícias Reuters.

A crise política coincide com o quarto dia de ataques intensos entre Tailândia e Camboja, que já mataram ao menos 20 pessoas e feriram outras 200. Charnvirakul afirmou na quarta (10) que a dissolução da Casa não afetaria as operações militares ao longo da fronteira, na qual combates foram registrados em mais de uma dezena de pontos, inclusive com troca de artilharia pesada.

Terceiro primeiro-ministro tailandês desde agosto de 2023, Charnvirakul lida com instabilidade que tem pressionado a segunda maior economia do Sudeste Asiático, já combalida por tarifas impostas pelos Estados Unidos, alto endividamento das famílias e consumo fraco.

Pela Constituição tailandesa, caso o rei aprove a dissolução solicitada pelo premiê, as eleições devem ocorrer dentro de um prazo de 45 a 60 dias. O desfecho é incerto. Em setembro, autoridades reais rejeitaram pedido semelhante feito pelo partido governista.

“Estou devolvendo o poder ao povo”, escreveu Charnvirakul em suas redes sociais ao anunciar o pedido.

Antes, ele disse que planejava dissolver o Parlamento no fim de janeiro, o que acarretaria em eleições gerais previstas para março ou início de abril. A decisão desta quinta, porém, antecipa esse calendário.

Charnvirakul chegou ao poder depois de retirar seu partido, o Bhumjaithai, da coalizão governista e garantir o apoio do Partido do Povo. O acordo incluía uma série de exigências, entre elas a realização de um referendo sobre mudanças constitucionais.

De acordo com Siripong, quando o Partido do Povo percebeu que suas demandas não seriam atendidas, ameaçou apresentar uma moção de censura e exigiu a dissolução imediata do Parlamento.

O líder do Partido do Povo, o opositor Natthaphong Ruengpanyawut, afirmou na noite de quinta que o Bhumjaithai não cumpriu os termos acertados. “Tentamos usar a voz da oposição para avançar na reforma da Constituição”, disse.

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Folhapress | 17:36 – 11/12/2025

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