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Trump promete sancionar lei para divulgar arquivos do caso Jeffrey Epstein

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Em uma reviravolta no caso Epstein, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu para os deputados republicanos apoiarem a medida que obrigaria o Departamento de Justiça a divulgar os arquivos do caso do financista condenado por abuso de menores. Mais tarde, afirmou ainda que assinará a lei para liberar os documentos caso seja aprovada no Congresso.

Após dias de pressão feita por um bloco republicano que ganha corpo no partido, Trump declarou que daria seu aval ao texto. “Claro que sim. Deixe o Senado analisar. Deixe qualquer um analisar, mas não fale muito sobre isso”, disse a repórteres -ele teria poder de veto sobre a lei.

Mais cedo, após fazer o pedido a seus correligionários, o presidente afirmou que não tem nada a esconder. “É hora de superarmos essa farsa democrata perpetrada por lunáticos da esquerda radical para desviar a atenção do sucesso do Partido Republicano, incluindo nossa recente vitória sobre a paralisação do governo pelos democratas”, escreveu na rede Truth Social.

Em entrevista concedida no domingo à ABC News, o deputado republicano Thomas Massie, do Kentucky, que tem liderado os esforços no Congresso para a divulgação dos arquivos, sugeriu que cem ou mais partidários poderiam votar a favor da liberação dos arquivos de Epstein nesta semana, apesar da oposição de Trump. O presidente da Câmara, Mike Johnson, também previu um número significativo de votos republicanos.

Johnson disse, na semana passada, que anteciparia a votação do projeto de lei para esta semana e afirmou no programa “Fox News Sunday” que a Câmara precisava concluir isso e seguir em frente. Ele acrescentou, em tom semelhante ao de Trump, que não há nada a esconder.

A longa amizade de Trump e Jeffrey Epstein chegou a um aparente fim em meados dos anos 2000. Mas Epstein permaneceu focado em Trump por anos, buscando explorar os resquícios de seu relacionamento até ser preso por acusações federais de tráfico sexual, em 2019 -mesmo ano em que morreu na prisão, antes de uma condenação final. Ele já havia sido condenado e preso em caso estadual semelhante, na Flórida, em 2008.

Em mais de 20 mil páginas de emails repletos de erros de digitação e outras mensagens de Epstein divulgadas por um comitê do Congresso americano na quarta-feira (12), o milionário insulta Trump e insinua que possuía informações comprometedoras sobre o republicano.

Ora em tom de fofoca, ora mordazes e conspiratórias, as mensagens mostram pessoas influentes pressionando Epstein por informações sobre Trump. O financista se apresentava como uma espécie de intérprete definitivo de Trump, alguém que o conhecia intimamente e seria “o único capaz de derrubá-lo”.

O presidente americano tem lidado com críticas em relação ao caso até mesmo de apoiadores mais radicais. Parte importante de sua base de apoio tem demonstrado insatisfação com as declarações de Trump e ações de seu governo no sentido de não divulgar todo o material sobre o caso e subestimar as revelações contidas nele.

O governo tem reagido para conter essas críticas. Se o caso ficou relativamente dormente enquanto durou a maior paralisação do governo federal americano da história, depois que ela foi encerrada o foco voltou para as relações entre Epstein e Trump.

Em uma tentativa de desviar esse foco, por exemplo, o Pentágono anunciou o início da operação Lança do Sul na América Latina, na noite de quinta-feira (13) -ou seja, no dia seguinte à divulgação de milhares de novos emails sobre Epstein. Embora Washington tenha ampliado drasticamente a presença militar na região, o anúncio não mudou, na prática, as ações que já vinham sendo feitas desde setembro, e nenhum detalhe adicional sobre a operação foi fornecido.

Já na sexta-feira (14), com a questão ainda em alta, Trump voltou à carga contra os democratas. A pedido do presidente, o Departamento de Justiça abriu investigação contra conhecidos nomes democratas no caso Epstein, como o do ex-presidente Bill Clinton.

Além de Clinton, foram citados por Trump Larry Summers, ex-secretário do Tesouro, Reid Hoffman, cofundador do LinkedIn um dos maiores doadores à campanha de Kamala Harris durante a corrida presidencial de 2024 e o banco JPMorgan, o maior do país.

“Epstein era democrata e é um problema dos democratas, não dos republicanos!”, escreveu Trump na sexta-feira. “Não perca seu tempo com Trump. Eu tenho um país para governar!”

Leia Também: E-mails? Jeffrey Epstein acusou Donald Trump de ser “perigoso”

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