O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, terá nesta segunda-feira (18) um dos encontros mais delicados desde que voltou à Casa Branca. Em Washington, ele se reúne primeiro com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e, em seguida, com um grupo de sete líderes europeus para discutir os rumos da guerra na Ucrânia.
A agenda prevê uma conversa reservada entre Trump e Zelensky às 13h15 (14h15 em Brasília), no Salão Oval. Mais tarde, às 15h (16h em Brasília), o encontro se amplia com a participação de Emmanuel Macron (França), Keir Starmer (Reino Unido), Friedrich Merz (Alemanha), Ursula von der Leyen (Comissão Europeia), Mark Rutte (Otan), Giorgia Meloni (Itália) e Alexander Stubb (Finlândia).
Segundo diplomatas europeus, a presença de líderes como Meloni, Stubb e Rutte tem também um papel estratégico: tentar conter possíveis ataques verbais de Trump a Zelensky durante as discussões.
O objetivo central é reforçar as garantias de segurança a Kiev em meio à ofensiva russa, iniciada em fevereiro de 2022. Zelensky já adiantou que não pretende ceder território e exige garantias equivalentes ao Artigo 5 da Otan, que determina defesa coletiva em caso de ataque.
Trump, por sua vez, vem tentando mostrar avanços em sua interlocução direta com Moscou. No sábado (16), ele se encontrou no Alasca com Vladimir Putin e, segundo o enviado especial da Casa Branca, Steve Witkoff, o líder russo teria sinalizado disposição para negociar algum tipo de pacto de segurança inspirado na Otan. Detalhes, no entanto, não foram divulgados.
O que se sabe da proposta russa
Um rascunho atribuído ao Kremlin circula entre diplomatas e prevê a retirada parcial de tropas do norte da Ucrânia. Em troca, Moscou exige o reconhecimento internacional da anexação da Crimeia, a manutenção do controle sobre parte do Donbas, o veto à entrada da Ucrânia na Otan e o relaxamento das sanções impostas pelo Ocidente.
Para Kiev, aceitar esses termos seria equivalente a abrir mão da própria soberania. Diplomatas ressaltam que não se trata de um acordo formal, mas de um indicativo da estratégia russa de consolidar ganhos militares e políticos conquistados desde 2022.
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