SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Uma semana após anunciar a suspensão do envio de armas consideradas vitais para a Ucrânia combater a invasão de Moscou, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta terça-feira (8) que não está satisfeito com seu homólogo russo, Vladimir Putin, e ameaçou o país com mais sanções.
“É uma guerra que nunca deveria ter ocorrido. Muitas pessoas estão morrendo e deveria acabar. Não sei, Putin fala muita bobagem para a gente. Quer saber a verdade? Ele é sempre muito gentil, mas isso acaba perdendo o sentido”, afirmou o republicano a jornalistas na Casa Branca.
Trump reiterou que está “muito descontente” com Putin por não ver avanços em um acordo de cessar-fogo após falar por telefone com ele na semana passada -horas após a conversa, o presidente russo lançou o maior ataque aéreo da Guerra da Ucrânia.
A ofensiva pode influenciado Trump a recuar parcialmente do corte militar anunciado na terça passada (1º). Nesta terça, o republicano confirmou que enviará mais armas à Ucrânia, como havia mencionado a jornalistas na véspera.
“Putin não trata bem as pessoas. Mata muita gente. Então enviamos algumas armas defensivas; eu aprovei isso”, afirmou. Segundo o site de notícias americano Axios, ele prometeu enviar imediatamente sistemas antimísseis Patriot à Ucrânia.
Antigo crítico dos gastos militares que a política intervencionista americana gera, o republicano também pediu ao chefe do Pentágono, Pete Hegseth, que pressione as empresas a aumentar a produção de armas. “Temos que aumentá-la, Pete, e deixar que o façam em um ritmo muito mais acelerado”, afirmou.
Indagado sobre um projeto de lei proposto pelo Senado para novas sanções à Rússia, Trump afirmou estar “analisando com muita seriedade”. O texto, patrocinado pelo senador republicano Lindsey Graham, é visto como uma ferramenta de pressão por um acordo de paz no Leste Europeu -o que seria uma vitória do presidente americano, que diz querer ser visto como um pacificador em seu segundo mandato.
Se aprovadas, as sanções serão as primeiras desde que Trump retornou à Casa Branca, em janeiro. O republicano mantém uma relação ambivalente com Putin desde seu primeiro mandato, que acabou no início de 2021, pouco mais de um ano antes de a Rússia invadir a Ucrânia.
As sanções tornaram-se o ponto central da estratégia liderada pelo Ocidente para isolar o país após o início da guerra. O esforço, no entanto, evoluiu para um jogo internacional de gato e rato com o aperfeiçoamento de esquemas de evasão de Moscou.
Durante o governo anterior, o então presidente, Joe Biden, impôs milhares das chamadas sanções de manutenção, que visavam novos esquemas. Segundo reportagem publicada pelo jornal americano The New York Times na semana passada, registros comerciais e corporativos vistos mostram que a ausência de novas medidas possibilitou a empresas de fachada canalizar fundos e produtos importantes para a Rússia, incluindo chips de computador e equipamentos militares.
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