Mundo

Taiwan inicia maior exercício militar com simulação de ataque da China

As Forças Armadas de Taiwan iniciaram nesta quarta-feira (9) os exercícios militares anuais Han Kuang, com o objetivo de testar a capacidade de resposta da ilha diante de um possível ataque da China. A informação foi divulgada pela agência de notícias taiwanesa CNA.

As manobras, que incluem simulações com munição real, vão durar dez dias e nove noites, reunindo cerca de 22 mil reservistas — o maior contingente e a mais longa duração já registrados nesse tipo de treinamento.

Segundo a CNA, o primeiro dia será focado em respostas a possíveis ações hostis do inimigo, como o uso de embarcações civis ou da guarda costeira para provocar a ilha, além de estratégias para evitar que incidentes escalem para um conflito aberto.

Ao longo do dia, navios da Marinha devem zarpar em caráter emergencial após reabastecimento. Radares móveis e lançadores de mísseis serão reposicionados em locais estratégicos, permanecendo em alerta para combate. Tropas terrestres também serão mobilizadas para proteger infraestruturas críticas, como redes elétricas e sistemas de abastecimento de água e combustível.

Equipes de engenharia militar vão construir barreiras defensivas nas chamadas “praias vermelhas”, consideradas os locais mais prováveis para uma eventual tentativa de desembarque inimigo.

Em nota divulgada na véspera do início das manobras, o Ministério da Defesa Nacional de Taiwan afirmou que, dentro de uma lógica de treinamento voltado para cenários reais de combate, o Exército adotará uma postura pragmática, simulando diferentes hipóteses de guerra.

“Qualquer situação inesperada durante os exercícios será tratada como parte do treinamento, com o objetivo de acumular experiência e fortalecer ainda mais a capacidade operacional das forças armadas”, declarou a pasta.

A China, que considera Taiwan parte inalienável de seu território e não descarta o uso da força para assegurar a reunificação, classificou os exercícios Han Kuang como uma encenação promovida pelo Partido Democrático Progressista (DPP), que governa a ilha, para alimentar uma “agenda separatista”.

“Independentemente dos participantes ou das armas envolvidas, as contramedidas do Exército de Libertação Popular contra a independência de Taiwan não serão enfraquecidas, nem será freada a tendência irreversível da reunificação nacional chinesa”, afirmou o coronel Jiang Bin, porta-voz do Ministério da Defesa da China.

“O DPP está prejudicando Taiwan em nome de seus próprios interesses. Alertamos que buscar a independência pela força é um caminho sem saída”, completou.

Como sinal de descontentamento, Pequim também fez demonstrações de força: nas últimas 24 horas, mais de 30 aeronaves chinesas — entre caças, bombardeiros e drones — sobrevoaram áreas próximas a Taiwan, segundo o Ministério da Defesa de Taipé.

Em comunicado, o Ministério da Defesa de Taiwan informou que, a partir das 7h30 (horário local), foram detectadas incursões sucessivas de 20 aviões chineses, incluindo caças J-16, aeronaves de alerta antecipado KJ-500 e drones

Notícias ao Minuto | 08:32 – 08/07/2025

Fonte

Deixe um comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Artigos relacionados

Mundo

CEO da X, Yaccarino, surpreende com renúncia ao cargo

(Reuters) – Linda Yaccarino, presidente-executiva da plataforma social X, de propriedade de...

Mundo

Militares canadenses planejaram ‘milícia antigovernamental’, diz polícia

Quatro homens, incluindo dois membros das Forças Armadas Canadenses, foram acusados de...

Mundo

Chatbot Grok de Musk remove postagens após reclamações de antissemitismo

(Reuters) – Grok, o chatbot desenvolvido pela empresa xAI, fundada por Elon...

Mundo

IA de Musk, Grok elogia Hitler e apaga conteúdo após denúncias

Para lidar com o ódio vil e antibranco? Adolf Hitler, sem dúvida....