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Rússia e Ucrânia voltam a negociar, mas cenário de paz é incerto

Um dia após anunciarem novos avanços militares, Rússia e Ucrânia voltam a se encontrar nesta segunda-feira (2) em Istambul, na Turquia, para uma segunda rodada de negociações diretas. Apesar da retomada do diálogo, as expectativas de avanços concretos rumo à paz permanecem baixas.

A delegação ucraniana é liderada pelo ministro da Defesa, Rustem Umerov, cuja participação foi confirmada apenas no domingo (1) pelo presidente Volodymyr Zelensky. A demora de Kiev em oficializar sua presença está ligada à exigência de que Moscou apresentasse, com antecedência, o memorando com as condições para um eventual cessar-fogo — algo que o Kremlin se recusou a fazer, reservando-se a apresentá-lo apenas durante o encontro.

Pelo lado russo, a delegação continua a ser comandada por Vladimir Medinsky, conselheiro do presidente Vladimir Putin. A equipe russa tem sido descrita como “de segunda linha”, uma vez que repete a mesma composição da primeira rodada, realizada em 16 de maio, também em Istambul.

Impasses persistem

A Rússia mantém suas exigências centrais: que a Ucrânia desista definitivamente de ingressar na OTAN e reconheça a soberania russa sobre cinco regiões que Moscou afirma ter anexado — incluindo a Crimeia (ocupada desde 2014) e as regiões de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporíjia, integradas à Federação Russa em setembro de 2022.

Essas exigências são consideradas inaceitáveis por Kiev, que, por sua vez, exige a retirada total das tropas russas de todo o território ucraniano, incluindo a Crimeia, além de um cessar-fogo completo e incondicional. Zelensky também tem como prioridade o retorno de prisioneiros de guerra e de crianças ucranianas que, segundo acusa, foram raptadas e levadas à força para a Rússia.

Na primeira rodada, o único acordo alcançado foi a troca de mil prisioneiros de guerra por parte de cada país.

Clima de tensão

A proposta da nova reunião partiu de Moscou há cerca de uma semana, mas isso não reduziu a intensidade dos combates. No domingo, véspera do encontro, a Ucrânia acusou a Rússia de matar 12 soldados durante treinamentos, enquanto o Kremlin afirmou ter destruído 40 aviões ucranianos e duas pontes.

Representantes dos Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha e França também devem se deslocar a Istambul para manter contatos com as duas partes e acompanhar os desdobramentos das negociações.

Zelensky segue afirmando que a única forma viável de encerrar o conflito é por meio de um encontro direto com Vladimir Putin. O presidente russo, no entanto, continua em silêncio, alimentando a percepção de que pretende prolongar a guerra iniciada em fevereiro de 2022 até poder reivindicar uma vitória.
 

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