Essa descoberta se soma a outras observações de formatos curiosos feitas pelo Curiosity, incluindo uma rocha que parecia uma flor, e segue a tradição de apelidar achados marcantes: como os “mirtilos marcianos” do rover Opportunity e a “Baía de São Paulo”, encontrada pelo rover Perseverance em março deste ano.
Como o “coral” marciano foi esculpido
O formato peculiar do “Paposo” não é fruto de mistério, mas de processos geológicos bem conhecidos também na Terra. Há bilhões de anos, quando ainda havia rios e lagos em Marte, a água dissolveu minerais e preencheu fissuras na rocha. Com o desaparecimento da água, esses minerais endureceram, criando estruturas resistentes dentro das rachaduras.
Ao longo de milênios, ventos fortes e tempestades de areia desgastaram o material mais frágil ao redor, deixando expostas formas intrincadas, que podem lembrar corais ou flores petrificadas. Esse fenômeno é natural e documentado em diversos ambientes terrestres, reforçando a compreensão de que Marte passou por transformações geológicas intensas.
Embora o “Paposo” não prove que já existiu vida em Marte, ele é uma peça importante para o quebra-cabeça da história geológica do planeta. A presença de minerais moldados pela água indica que a cratera Gale abrigou cursos d’água por períodos longos, o que ajuda os cientistas a entender como o clima e a superfície marciana mudaram ao longo do tempo.
*Com informações de reportagem publicada em 29/03/2025
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