Embora a missão da World pareça interessante, é preciso discutir sobre as consequências que isso possa ter.
Do ponto de vista técnico, o projeto pode estar, de fato, criando uma rede de humanos para humanos. No entanto, a pergunta que fica é: a qual custo?
A privacidade é uma moeda que deixamos de entender bem o seu valor. Muitas pessoas não questionam mais sobre o que as empresas fazem com seus dados e quais as consequências para as suas vidas.
As imagens coletadas pela Orb são usadas para criar um código da íris que representa de maneira matemática as características mais importantes dos padrões da íris da pessoa.
De acordo com a empresa, as imagens são imediatamente deletadas. Mas mesmo que a foto de nossos olhos tenha sido excluída, a empresa ainda continua com um identificador único nosso em suas mãos —como se fosse uma digital sua, que pode estar sendo associada a outros dados pessoais e sensíveis que existem de você por aí.
A World está fazendo uma coleta em massa no mundo todo, usando como pano de fundo a solução de um potencial problema futuro e oferecendo em troca remuneração em uma moeda que ela mesmo emite. Não é por menos que a ANPD (Agência Nacional de Proteção de Dados) abriu um processo, na última quarta-feira (13), para buscar mais informações e verificar se o projeto está em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).
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