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Opositor de Maduro irá à posse de Trump, que sobe tom contra a ditadura

BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) – Reconhecido pela administração de Joe Biden como sendo o presidente eleito da Venezuela, ainda que esteja no exílio, Edmundo González disse nesta quinta-feira (16) que irá à posse de Donald Trump após um convite do futuro presidente dos Estados Unidos.

É uma sinalização importante. Entre as muitas incógnitas que rondam as medidas que o republicano adotará para a América Latina, uma diz respeito à ditadura da Venezuela: Trump esticará a corda, anunciando mais sanções, ou tentará dialogar com o ditador Nicolás Maduro para conter o enorme fluxo migratório e o tráfico de drogas?

Nesse sentido, além da importante sinalização com o convite para González ir à posse, nesta quarta-feira (15) um discurso do futuro secretário de Estado, Marco Rubio, aquele que chefiará a política externa de Trump, também deve ser levado em conta.

O filho de cubanos disse durante uma audiência no Senado que hoje, “infelizmente, a Venezuela não é governada por um governo, mas pelo narcotráfico”. É uma frase que poderia ser dita também por membros da atual administração democrata, mas as indicações dadas por ele na sequência são ainda mais relevantes nesse contexto.

Rubio criticou a autorização dada pela Casa Branca para que a Crevron voltasse a operar na Venezuela em meados de 2023. O retorno de empresas petrolíferas estrangeiras ao país ajudou a aliviar em partes a bancarrota econômica venezuelana.

“Empresas como a Chevron estão provendo milhões de dólares para os cofres do regime”, disse, indicando que o futuro governo poderia avaliar a retirada da permissão para a gigante energética.

A permissão americana foi parte da negociação feita para o chamado Acordo de Barbados, que viabilizou as últimas eleições na Venezuela, cujos resultados oficiais foram apontados como fraudados. Rubio disse que as eleições em si foram falsas. O processo eleitoral, ainda que com violações, foi realizado no país. O imbróglio, no entanto, deu-se na divulgação dos resultados.

Edmundo González esteve nos EUA no último dia 6, quando se reuniu com Biden a portas fechadas e também esteve com membros do futuro governo Trump, entre eles Mike Waltz, assessor de Segurança Nacional.

Ao menos publicamente, ele e a líder opositora María Corina Machado dão como certa a leitura de que, com Donald Trump, haverá ainda mais pressão contra Caracas. Chamou a atenção uma mensagem de Trump em apoio à dupla no dia 9, pouco após María Corina afirmar ter sido detida e depois liberada pelo regime.

“A ativista venezuelana pela democracia María Corina Machado e o presidente eleito Edmundo González expressaram pacificamente suas vozes e a vontade do povo venezuelano”, escreveu ele.

“A grande comunidade venezuelano-americana nos Estados Unidos apoia esmagadoramente uma Venezuela livre e apoiou-me fortemente”, disse ele, em relação à preferência do voto latino.

Logo após a eleição de Trump, Maduro adotou tom moderado sobre o republicano, transparecendo a importância que os EUA têm para Caracas, ainda que sejam tratados como inimigos número 1.

Na ocasião, disse a um programa de TV que “em seu primeiro governo, o presidente reeleito Donald Trump não fez bem à Venezuela”, mas que “este é um novo começo para a apostarmos em uma relação de ganha-ganha que faça bem aos EUA e à Venezuela”.

Edmundo González, que irá à capital Washington neste final de semana, chegou nesta quinta-feira à Costa Rica após passar pela Guatemala.

Ele deixou temporariamente o exílio que lhe foi concedido pela Espanha, em Madri, para um giro pelas Américas que incluiu Argentina, Uruguai, EUA, Panamá e República Dominicana, além dos dois centro-americanos antes mencionados.

EGU, acrônimo pelo qual é conhecido, prometia que iria à Venezuela no dia 10 de janeiro, data da posse, para ser empossado. Não o fez, e disse que isso se deveu ao fato de o regime ter fechado as fronteiras do país e aumentado a segurança. Maduro foi empossado para mais seis anos no poder, até 2031.

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