Este meteorito tem uma longa história antes de chegar ao solo de McDonough, e para entendê-la precisamos examinar a rocha e determinar a que grupo de asteroides ela pertence. Scott Harris, pesquisador do departamento de geologia da UGA
A velocidade impressiona. Antes de se fragmentar, o meteoro entrou na atmosfera em velocidade cósmica, mais rápida que a do som. “Estamos falando de algo duas vezes maior que uma bala calibre 50, viajando a pelo menos 1 quilômetro por segundo. É como percorrer dez campos de futebol em um segundo”, explicou Harris.
O estrago foi real. A rocha perfurou o telhado, atravessou o duto de ar-condicionado e deixou uma marca no piso. O impacto provocou barulho e vibração comparáveis a um tiro de curta distância. “Houve energia suficiente para pulverizar parte do material em poeira”, afirmou o pesquisador. Até hoje o morador encontra partículas do meteorito na sala.
Classificação científica definida. Dos 50 gramas recuperados, 23 foram enviados à UGA. A análise revelou que o meteorito McDonough é do tipo Condrito Comum de Baixo Metal, pertencente a um grupo de asteroides localizado entre Marte e Júpiter, oriundo da fragmentação de um corpo muito maior há cerca de 470 milhões de anos.
Registro oficial a caminho. A UGA, em parceria com a Universidade Estadual do Arizona, vai enviar os resultados ao Comitê de Nomenclatura da Sociedade Meteorítica para publicação no Meteoritical Bulletin.
Caso é raro, mas cada vez mais registrado. Este é o 27º meteorito recuperado na Geórgia e o sexto cuja queda foi testemunhada. “Era algo esperado apenas a cada poucas décadas, mas agora acontece várias vezes em 20 anos”, disse Harris, atribuindo o aumento à tecnologia e ao olhar atento da população.
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