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Meta censurou relatos de abuso infantil em pesquisa, aponta investigação

“Senti uma tristeza profunda ao observar a reação da mãe daquela criança”, relatou um dos pesquisadores. Ao The Washington Post Jason Sattizahn, que participou da pesquisa em 2023, afirmou sobre a familiar: “O rosto dela demonstrou que o que pensava saber sobre a tecnologia da Meta estava completamente errado.”

Chefe de pesquisadores teria ordenado que gravação com relatos do adolescente e anotações sobre a entrevista fossem apagadas. A afirmação foi revelada por Sattizahn e um segundo pesquisador, ambos especializados em estudos sobre juventude e tecnologia, ao jornal norte-americano.

Relatório da Meta não inclui relatos sobre episódio na Alemanha. O estudo, parte de um conjunto de documentos internos da Meta recentemente divulgados ao Congresso por dois funcionários e dois ex-profissionais da empresa, informa apenas que pais e adolescentes alemães temiam o aliciamento de menores por desconhecidos na realidade virtual da Meta, sem mencionar o caso relatado por Sattizahn, ainda conforme o The Washington Post.

Documentos sugerem que empresa já sabia que crianças menores de 13 anos acessavam seus dispositivos de realidade virtual, apesar das restrições de idade. A investigação do jornal norte-americano apurou que a Meta começou a agir para controlar os acessos dos menores apenas após investigações da FTC (Comissão de Comércio Federal dos EUA) sobre proteção online de crianças pressionarem a corporação.

Investigação revelou ainda que equipe jurídica da Meta instruía pesquisadores a lidar com ‘tópicos sensíveis’. Ainda de acordo com o jornal norte-americano, em uma troca de mensagens em 2023, um advogado da corporação aconselhou um pesquisador que, “devido a preocupações regulatórias”, ele deveria evitar coletar dados que mostrassem que crianças estavam usando seus dispositivos de realidade virtual.

O que diz a Meta

Porta-voz da empresa negou acusações. Ao The Washington Post, Dani Lever, afirmou que a denúncia é baseada em informações “costuradas” para “se encaixar em uma narrativa predeterminada e falsa”. Disse também que a empresa não tem nenhuma proibição geral sobre pesquisas relacionadas a menores de 13 anos e acrescentou que a corporação produziu estudos sobre segurança de jovens usuários de realidade virtual e consultou pais ao criar contas para pré-adolescentes.



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