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Israel atacou escolas transformadas em abrigos na Faixa de Gaza de forma deliberada, diz jornal

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – As forças de Israel fizeram ataques aéreos contra escolas usadas como abrigos por civis na Faixa de Gaza como parte de uma estratégia deliberada para seus objetivos no território palestino, de acordo com autoridades ouvidas pelo jornal britânico The Guardian. Segundo a publicação, ao menos seis prédios escolares foram atingidos nas últimas semanas, o que teria resultado na morte de mais de 120 pessoas.

As ações dos israelenses ocorreram após um afrouxamento de controles internos sobre operações contra o Hamas, ainda de acordo com o The Guardian. A nova abordagem teria concedido permissão a bombardeios após a localização de um membro da facção independentemente da presença de civis no local e ainda que ele seja de baixa patente.

O ataque mais recente ocorreu no último dia 26, quando quatro pessoas morreram em uma escola que servia de abrigo em Deir al-Balah, no centro de Gaza. Imagens publicadas nas redes sociais mostram os escombros do que seria a escola Al-Aishiya. O Exército israelense disse ter bombardeado um local “usado por terroristas” e que os soldados tomaram medidas para mitigar danos à população civil.

Autoridades militares disseram ao The Guardian que a escola estava entre os alvos previamente identificados como estratégicos. Outras quatro antigas instituições de ensino no norte de Gaza também teriam sido marcadas como “locais para possíveis ataques”. Não está claro se essas unidades também estavam funcionando como abrigos no momento em que passaram a ser visadas pelas forças de Israel.

Segundo estimativas recentes da ONU mencionadas pela publicação britânica, 95% das escolas de Gaza sofreram algum tipo de dano desde o início da guerra, em outubro de 2023. Cerca de 400 instituições educacionais foram atingidas diretamente por bombardeios, de acordo com o levantamento.

No ataque mais letal relatado, ocorrido em 25 de maio, pelo menos 54 pessoas morreram enquanto dormiam na escola Fahmi al-Jarjawi. Autoridades locais informaram à rede BBC que corpos carbonizados, incluindo de crianças, foram retirados de salas de aula incendiadas. As forças de Israel afirmaram que a operação teve como alvo um centro de comando do Hamas instalado no local da antiga escola.

Nos últimos dois meses, prédios escolares, hospitais e estruturas municipais passaram a ser classificados pelas autoridades militares israelenses de “centros pesados” -locais que, segundo o Exército, são usados simultaneamente por terroristas e por civis. Três autoridades ouvidas pelo The Guardian relataram que, mesmo sabendo da presença de civis, os ataques foram autorizados com a justificativa de que havia integrantes do Hamas no local, ainda que eles fossem de baixo escalão.

Procurado pela reportagem, um porta-voz das forças militares de Israel afirmou que as operações seguem critérios de “necessidade militar” e respeitam “estritamente o direito internacional”. Ele também acusou o Hamas de explorar escolas para fins militares com a construção de túneis e o lançamento de ataques contra forças israelenses a partir desses locais.

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