Economia

Haddad culpa Campos Neto por taxa Selic nas alturas

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a culpar Roberto Campos Neto, ex-presidente do Banco Central (BC), pelo aumento na taxa básica de juros (Selic). Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) a aumentou para 15% ao ano, a mais elevada em quase 20 anos.

Em entrevista à TV Record News na terça-feira (24), Haddad disse que a alta da Selic foi “contratada” na gestão de Campos Neto e sugeriu o que o aumento estava predefinido antes mesmo da posse de Galípolo.

Apesar de o Copom ter sinalizado, em sua última reunião sob comando de Campos Neto, em dezembro, que faria mais dois aumentos de um ponto porcentual nos juros no começo de 2025, depois disso o colegiado promoveu outras duas altas, que somaram 0,75 ponto. Todas as reuniões desde janeiro ocorrem sob comando de Gabriel Galípolo, presidente do BC indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo ele, é preocupante o patamar atual da Selic. Ele considera essa cifra excessivamente restritiva e bem acima da inflação projetada. Na entrevista, Haddad não hesitou em poupar o atual presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo.

Campos Neto, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, sempre foi alvo de críticas do atual governo. Galípolo assumiu a presidência do BC em janeiro deste ano, por indicação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Haddad diz que BC deve evitar “cavalo de pau” com juros altos

O Ministério da Fazenda aponta que o Banco Central deve agir com cautela e evitar “cavalo de pau em política monetária” para não comprometer sua credibilidade. Haddad ressalta a importância de manter a coerência nas decisões econômicas.

Ao mesmo tempo em que a pasta critica a taxa de juros, o governo afirma estar empenhado em desenvolver novos instrumentos de crédito imobiliário, especialmente para a classe média, com o objetivo de impulsionar a indústria da construção civil, vista como crucial para o desenvolvimento do país.

A preocupação com a taxa Selic restritiva persiste, mesmo diante de indicadores econômicos positivos como a taxa de desemprego estar em seus menores níveis históricos – em abril foi de 6,6%, o menor nível para o mês dede 2012 – e um crescimento vigoroso do PIB – no primeiro trimestre foi de 1,4% e em doze meses de 3,5%.

Haddad sustenta que, para o Brasil entrar em um ciclo virtuoso de crescimento duradouro, é imperativo que o país seja mais parcimonioso e prudente nas despesas públicas, mas também que a política monetária contribua para um ambiente econômico mais favorável e previsível.

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