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Grok vai à guerra: tá na hora de levar a IA do Elon Musk a sério? – 29/07/2025

A xAI, empresa de Elon Musk, chamou atenção com o lançamento do Grok, sua única e polêmica aposta em inteligência artificial. Apresentado como uma alternativa “politicamente incorreta” aos modelos tradicionais, o Grok se destacou em testes de benchmark e, mais recentemente, firmou um contrato com o Departamento de Defesa dos EUA para desenvolver soluções em segurança militar. O projeto reflete a própria trajetória de Musk na IA: após sair da OpenAI em conflito com Sam Altman, ele fundou a xAI, atraiu grandes investimentos do Vale do Silício e recrutou especialistas de peso. Batizado também de TruthGPT, o Grok foi criado para defender uma liberdade de expressão irrestrita — o que logo gerou controvérsia, especialmente após uma versão do modelo elogiar Hitler. Inicialmente integrado ao X (ex-Twitter), o Grok tenta se descolar dessa imagem e aposta em novos formatos de monetização. Um deles é o plano SuperGrokHeavy, que cobra US$ 300 por mês para acesso ao modelo de raciocínio — valor superior ao de outras plataformas. A IA também oferece uma função de “companhia digital”, moldando uma personalidade capaz de criar vínculos com o usuário. Ainda que o Grok avance por um território já explorado pelas demais ferramentas de IA, ambição característica de Musk sempre pode trazer surpresas.

Os Estados Unidos abriram uma investigação comercial contra o Brasil, e o Pix está no centro da polêmica. Criado pelo Banco Central, o sistema de transferências instantâneas que é queridinho dos brasileiros entrou na lista de práticas consideradas nocivas por reduzir a dependência de intermediários — como as bandeiras de cartão de crédito, majoritariamente americanas. Mas o Pix é só um entre vários exemplos de tecnologias brasileiras que chamam a atenção lá fora. Entre eles, estão as fintechs e bancos digitais, que tornaram o país referência em inclusão bancária: hoje, só 5% das transações são feitas presencialmente. Outro destaque é o Gov.br. Com mais de 4.200 serviços e 163 milhões de usuários, é o sistema de governo eletrônico mais usado no mundo. Também impressiona o DataSUS, que organiza dados da saúde pública e permite o monitoramento em tempo real, ferramenta essencial para o trabalho de pesquisadores e gestores públicos.Fechando a lista está a urna eletrônica, símbolo da democracia brasileira, conhecida por sua transparência, acessibilidade e velocidade — e já adotada por outros países.

A inteligência artificial está dando um passo além da conversa. Diferente de um chatbot tradicional, um agente de IA não apenas interage com o usuário, mas também lê o ambiente digital e executa tarefas por conta própria. É essa a proposta do novo ChatGPT Agent, que combina o Operator com o Deep Research para entregar uma experiência mais ativa e automatizada. Agora, assinantes da ferramenta podem, por exemplo, pedir que a IA acesse um site específico, busque um produto e filtre as melhores opções — como se fosse um computador virtual com navegador próprio. Com essa mudança, o foco deixa de ser apenas a experiência do usuário para se tornar também a experiência do agente. Isso significa que marcas e e-commerces precisarão se adaptar não só a humanos navegando, mas a sistemas automatizados realizando buscas, interações e tomando decisões. O desafio agora é pensar nos fluxos de processos com esse novo nível de automação, equilibrando segurança e controle ao exigir autorização do usuário para realizar determinadas ações.

Com valor de mercado ultrapassando os US$ 4 trilhões, a NVidia se tornou a empresa mais valiosa do mundo. Boa parte desse sucesso vem do protagonismo de seus chips GPU, peças-chave no desenvolvimento de inteligência artificial. Mas o feito impressiona ainda mais diante de um obstáculo político: a empresa conseguiu driblar Donald Trump. Jensen Huang, CEO da NVidia, parece ter desenvolvido um manual com cinco passos para navegar em tempos de guerra comercial com os EUA. Primeiro, aproximou-se de pessoas próximas a Trump. Depois, passou a fazer negócios com países que Trump respeita, como Arábia Saudita e Emirados Árabes. Também soube como alinhar o discurso, encontrando formas de mostrar que Trump estava certo em algumas de suas posições. Além disso, investiu em solo americano, falando a mesma língua do presidente. Ao mesmo tempo, não fechou as portas para os rivais de Trump, mantendo negociações com China e Taiwan. Huang também contou com um golpe de sorte: o lançamento de um chip pela Huawei, que deixou os EUA em alerta. Foi o momento ideal para argumentar que proibir as vendas da NVidia para a China poderia sair pela culatra, contribuindo para acelerar a autonomia tecnológica do país.



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