SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O Departamento de Justiça dos EUA deve divulgar hoje a maior parte dos arquivos da investigação sobre o caso Jeffrey Epstein, criminoso sexual condenado e que morreu em 2019 na prisão.
Em novembro, o presidente americano Donald Trump assinou o projeto de lei para tornar públicos os documentos. Um dia antes, o texto havia sido aprovado na Câmara e no Senado -segundo o republicano, a seu pedido. Ele alegou que o bilionário era um democrata de longa data e que “talvez a verdade” sobre seus opositores viesse à tona em breve.
Apesar das declarações, inicialmente, Trump se opunha à lei e muitos apontavam que seria devido à sua proximidade com o homem. Epstein e Trump eram próximos na década de 1980, quando ambos eram empresários em Nova York e apareceram juntos em diversos eventos, mas teriam rompido relações no início dos anos 2000. Quando o projeto de lei parecia caminhar para ser aprovada no Congresso, ele mudou de postura e passou a ser favorável.
O prazo dado para a divulgação é até hoje. O Departamento de Justiça, no entanto, não informou em que horário do dia exatamente pretende tornar os registros públicos, nem mesmo se efetivamente o fará.
Transcrições do grande júri encarregado da investigação do bilionário devem ser parte do conteúdo. Apesar de costumar ser mantido em sigilo, o juiz federal Rodney Smith disse que a Lei de Transparência dos Arquivos de Epstein, sancionada pelo presidente, exige a sua divulgação.
Há muito tempo a divulgação é exigida por um público que deseja entender a ligação entre o criminoso e outras personalidades poderosas. Trechos de documentos já revelados na imprensa mostraram que famosos e políticos participaram das polêmicas festas do empresário. Personalidades como Leonardo DiCaprio, Cameron Diaz, Cate Blanchett, Bruce Willis, Kevin Spacey, George Lucas e Naomi Campbell foram citados, mas nenhum deles foi acusado pela prática de crimes.
Fotos também apontaram a relação entre Epstein e homens influentes. Donald Trump, o ex-presidente Bill Clinton, o cineasta Woody Allen, o estrategista Steve Bannon, ex-assessor de Trump, e o fundador da Microsoft, Bill Gates aparecem em imagens com ele.
Epstein foi preso pela primeira vez em 2008, quando foi sentenciado a 13 meses de prisão. Na época, os pais de uma menina de 14 anos denunciaram à polícia que o empresário havia abusado sexualmente da garota em sua mansão. Outras possíveis vítimas foram descobertas e foram encontradas fotos de meninas na casa dele.
Ele se livrou de pegar prisão perpétua. O bilionário fechou um polêmico acordo que o safou de ficar encarcerado pelo resto da vida, mas fez com que fosse registrado na lista federal de criminosos sexuais.
Ele voltou a ser preso em 2019 sob acusação de tráfico sexual. Jeffrey foi acusado de traficar dezenas de meninas, de explorá-las e abusá-las sexualmente. Desse caso, o bilionário se declarou inocente e sempre negou as acusações. Após um mês na cadeia, aos 66 anos, ele foi encontrado morto na cela em que estava detido. A causa de sua morte divulgada oficialmente foi suicídio.
Membro da realeza britânica, príncipe Andrew já respondeu a processo de abuso sexual relacionado ao caso Epstein. Ele foi acusado de manter relações sexuais com uma garota por intermédio do empresário em uma “orgia com várias menores de idade”. Em resposta, o Palácio de Buckingham destituiu Andrew de seus deveres militares e de seu título real.
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