Economia

governo põe país de ponta-cabeça no mapa

Aposentados e pensionistas sofreram roubo bilionário, causado por negligência, omissão e possível cumplicidade de quem deveria zelar pelo dinheiro alheio. O governo tenta empurrar a culpa para gestões passadas, certo de que um erro justifica o outro e de que liberar descontos de R$ 4 bilhões em dois anos – após todo tipo de alerta – seja coisa à toa. Na esperança de conter o esvaziamento da base, Lula mantém a Previdência nas mãos do mesmo grupo que permitiu o descalabro. É esse o resumo. Mas talvez haja uma saída, um caminho, um… mapa.

Sim. Um mapa capaz de redimir incompetências e frustrações. Que coloque o Brasil no centro do mundo. Acima de todos.

O governo fez um. Bastou virar o país de ponta-cabeça.

A novidade foi anunciada pelo presidente do IBGE, Marcio Pochmann. O mapa-múndi invertido, como ele esclareceu, tem o sul na parte superior. O motivo? “Ressaltar a posição atual de liderança do Brasil em importantes fóruns internacionais”, como o Brics e o Mercosul, e na realização da COP30.

Trata-se de obra do IBGE, o que significa que tempo e recursos públicos foram investidos na produção. Bem poucos, supomos. De todo modo, o comunicado de Pochmann – numa hora dessas e em meio à crise que o instituto atravessa, na qual ele é personagem central – nos ajuda a mapear o que o governo considera digno de divulgação.

(No dia em que a Polícia Federal deflagrou a Operação Sem Desconto, um especialista em Direito Previdenciário questionou por que o governo, que gasta bilhões com propaganda, jamais fez campanha para orientar aposentados e pensionistas a checar seus holerites e denunciar fraudes.)

VEJA TAMBÉM:

O mapa invertido não é exatamente uma inovação. Décadas atrás, surgiu na Austrália uma versão batizada de “No Longer Down Under” (“Não Mais Lá Embaixo”), em referência ao apelido desdenhoso que os britânicos reservavam às porções mais ao sul de seu império. Entusiastas do “sul global” também costumam defender a inversão.

Do ponto de vista técnico, não há erro em, digamos, virar o mundo de ponta-cabeça. Colocar o norte no topo não foi uma escolha científica, mas histórica, cultural e política. Na época das grandes navegações, os cartógrafos europeus decidiram posicionar seu continente lá em cima, e assim foi. Antes disso, eram comuns mapas com o leste no topo, orientados para o sol nascente, associados à suposta localização do Jardim do Éden e à simbologia da luz e da salvação.

Assim, pôr o sul no alto não é uma ofensa à ciência, à verdade ou coisa assim. A questão é: o que ganhamos? Será que agora o de baixo sobe e o de cima desce?

Como sempre, nos resta a graça. Logo repararam que, mesmo no mapa invertido, o Brasil fica “abaixo” de África do Sul, Austrália, Uruguai, Chile e do nosso maior vizinho. No X, perguntaram a Pochmann: “Mas Marcio, quem tá no topo é a Argentina e o Milei. Você consegue corrigir isso?”

Fonte

Deixe um comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Artigos relacionados

Economia

Dólar abre em leve alta na véspera de decisões do Banco Central e do Fed

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar abriu com uma leve alta...

Economia

Embraer assina contrato com Holanda para fornecer Sistema de Evacuação Aeromédica –

A Embraer informou nesta terça-feira, 17, que assinou um contrato com a...

Economia

Aposentados do INSS descobrem débitos automáticos indevidos no benefício

(FOLHAPRESS) – Após o escândalo das fraudes dos descontos de associações e...

Economia

Em leilão, governo concede 19 novas áreas para exploração de petróleo na Foz do Amazonas

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A ANP (Agência Nacional do Petróleo,...