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G7 recua em texto contra Rússia após pressão de Trump

A delegação dos Estados Unidos, liderada pelo presidente Donald Trump, se opôs à inclusão de uma declaração contundente contra a Rússia na cúpula do G7, encerrada nesta terça-feira (17), no Canadá. A informação foi revelada por uma fonte do governo anfitrião à agência France-Presse (AFP).

Segundo a fonte, os norte-americanos solicitaram que o texto fosse suavizado, com o argumento de que desejam manter a margem de manobra para futuras negociações com Moscou sobre a guerra na Ucrânia. “Os americanos estão atuando como intermediários neste momento, tentando negociar um acordo com a Rússia, e por isso não aceitaram uma linguagem mais dura”, explicou a fonte canadense.

Por conta dessa resistência, não foi publicada uma declaração específica sobre o conflito. A linguagem mais incisiva contra a invasão russa acabou incluída na declaração final assinada apenas pelo primeiro-ministro canadense, Mark Carney, que presidiu a cúpula.

Os demais países do G7 — Alemanha, França, Reino Unido, Itália e Japão — concordaram com a redação mais firme, mas a aprovação unânime dos sete membros era necessária para torná-la oficial.

Zelensky sem encontro com Trump

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky participou do último dia da cúpula, mas não conseguiu se reunir com Donald Trump. O líder norte-americano deixou o evento um dia antes do previsto, alegando a necessidade de se dedicar ao agravamento do conflito entre Israel e Irã. A relação entre Trump e Zelensky é tensa desde o primeiro mandato do republicano.

Durante sua fala, Zelensky pediu reforço nas sanções contra a Rússia e alertou para a urgência do apoio militar. Ele chegou a Kananaskis, nas Montanhas Rochosas canadenses, em meio a um dos ataques mais violentos à capital ucraniana desde o início da invasão em fevereiro de 2022. O bombardeio russo matou ao menos 14 pessoas em Kiev.

Canadá e Reino Unido anunciam ajuda

Em resposta, o primeiro-ministro canadense, Mark Carney, anunciou o envio de 1,27 bilhão de euros em nova ajuda militar à Ucrânia, incluindo drones e veículos blindados. Também confirmou um empréstimo de 1,46 bilhão de euros para a reconstrução de infraestrutura no país.

O governo canadense se uniu ao Reino Unido no reforço das sanções contra a chamada “frota fantasma” da Rússia — navios utilizados para burlar as restrições internacionais sobre exportação de petróleo.

“Essas sanções atacam diretamente o coração da máquina de guerra de Putin”, afirmou o premiê britânico Keir Starmer. “Nosso objetivo é sufocar a capacidade da Rússia de manter essa guerra bárbara.”

Trump, no entanto, se mostrou cético quanto à eficácia de novas medidas contra Moscou. “Sanções não são tão simples assim”, disse o presidente dos EUA. Ele destacou que qualquer endurecimento traria um “custo colossal” para a economia americana.

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