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França liberta libanês condenado por terrorismo após mais de 40 anos

PARIS, FRANÇA (FOLHAPRESS) – Depois de 40 anos preso, um militante comunista libanês pró-Palestina ganhará liberdade condicional por determinação de um tribunal de apelação da França. Georges Ibrahim Abdallah, 74, foi preso em 1984 e condenado em 1986 à prisão perpétua por cumplicidade em atentados que mataram dois diplomatas, um americano e um israelense.

A decisão judicial anunciada nesta quinta-feira (17) prevê sua libertação e extradição imediata, no próximo dia 25, para o Líbano. Para que isso ocorra, ainda é preciso que o Ministério do Interior francês emita uma ordem de expulsão. O advogado de Abdallah, Jean-Louis Chalanset, afirmou temer que seu cliente seja morto por um drone israelense assim que chegar a Beirute.

Atualmente na penitenciária de Lannemezan, perto da fronteira com a Espanha, Abdallah nunca confessou os atos terroristas, atribuídos às Forças Armadas Revolucionárias Libanesas (FARL). Mas declarou apoiá-los, como “atos de resistência” contra Israel e Estados Unidos. Na época, o Líbano estava em guerra civil, com o sul do país ocupado por tropas israelenses.

Pela lei francesa, mesmo condenado à prisão perpétua, Abdallah fazia jus à liberdade condicional desde 1999, quando completou 15 anos de prisão, por bom comportamento. Porém, 11 pedidos de libertação feitos por seus advogados ao longo dos anos foram rejeitados pela Justiça, sob justificativas relacionadas à sua periculosidade.

“Enfim as autoridades francesas se livraram das pressões exercidas por Israel e pelos EUA”, declarou nesta quinta Robert Abdallah, irmão de Georges.

Campanhas pela sua libertação, incluindo personalidades de esquerda ou pró-Palestina, como a ganhadora do Prêmio Nobel de Literatura Annie Ernaux, nunca comoveram as autoridades francesas.

Os dois assassinatos a tiros atribuídos a Abdallah ocorreram em Paris em 1982. As vítimas foram o coronel do Exército americano Charles Robert Ray, adido militar na Embaixada dos EUA, em janeiro daquele ano; e, em abril, Yacov Barsimantov, primeiro-secretário da embaixada de Israel em Paris e suposto membro do Mossad, o serviço secreto israelense.

Curiosamente, Abdallah foi preso em 1984 e condenado em 1986, inicialmente a quatro anos, por outros motivos, uso de passaporte falso e posse ilegal de armas e explosivos. Foi a descoberta posterior, em um apartamento alugado em nome dele, da suposta arma dos atentados de 1982, que levou a novo julgamento e a condenação à prisão perpétua em 1987.

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