SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Departamento de Estado dos Estados Unidos anunciou neste sábado (16) a suspensão de todos os vistos de visitante para indivíduos da Faixa de Gaza enquanto conduz “uma revisão completa do processo e dos procedimentos usados para emitir um pequeno número de vistos temporários médico-humanitários nos últimos dias”.
A decisão faz eco a suspensão semelhante feita por parte da França, que pausou um programa de acolhimento de palestinos que fogem da guerra entre Israel e o Hamas. A ação francesa permanecerá em vigor enquanto as autoridades investigam uma estudante palestina de 25 anos que foi acusada de fazer comentários antissemitas online -ela tinha uma bolsa de estudos na cidade de Lille, no norte do país.
Ainda não está certo por quanto tempo a suspensão americana deve permanecer.
Em paralelo à decisão de Donald Trump, ainda neste sábado, a Defesa Civil da Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas, informou a morte de outros 22 palestinos, incluindo crianças, na mais recente ofensiva israelense à Cidade de Gaza.
O porta-voz do órgão, Mahmud Basal, declarou à agência de notícias AFP que um bairro da cidade tem sido submetido a bombardeios constantes por quase uma semana. “Estimamos que mais de 50 mil pessoas permanecem no bairro de Zeitun, a maioria sem água nem comida”, afirmou, acusando Israel de “limpeza étnica” nesse bairro e no vizinho Tal al-Hawa. “Nossas equipes não têm acesso aos feridos”, acrescentou.
Segundo Basal, os 22 palestinos atingidos morreram por disparos e ataques aéreos do Exército israelense no território. Nove deles teriam morrido perto de dois centros de distribuição de ajuda humanitária no sul e no norte do território.
Outros 6, entre eles 3 crianças, foram mortos em dois ataques contra o acampamento de refugiados de Bureij, região central da Faixa, e contra a região de al-Mawasi, no sul do território -local tratado como área humanitária e povoada por tendas improvisadas, para onde deslocados no território se dirigem.
O porta-voz voltou a alertar sobre as operações do Exército israelense na Cidade de Gaza. “Os residentes não têm onde se refugiar. A situação é catastrófica”, afirmou.
Israel declarou que se prepara para tomar o controle militar total da Cidade de Gaza e dos acampamentos de refugiados vizinhos com o objetivo declarado de derrotar o grupo terrorista Hamas e libertar os reféns sequestrados no ataque de 7 de outubro de 2023, que desencadeou a guerra.
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