SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Espanha e Alemanha anunciaram nesta segunda-feira (28) novas iniciativas para enfrentar a fome em Gaza, onde a população sofre com escassez de alimentos e medicamentos mais de 21 meses após o início da guerra entre Israel e Hamas.
O conflito na região provocou uma crise humanitária sem precedentes, segundo a ONU. O presidente espanhol, Pedro Sánchez, informou que o país enviará 12 toneladas de alimentos por via aérea, a partir da Jordânia, com aeronaves das forças armadas espanholas.
Entrega está prevista para sexta-feira (1º), em uma operação semelhante à realizada em março, quando a Espanha lançou 26 toneladas de suprimentos sobre Gaza. “A fome em Gaza é uma vergonha para toda a humanidade, portanto detê-la é um imperativo moral”, declarou Sánchez em Madri.
Na Alemanha, o chanceler Friedrich Merz anunciou a criação de uma “ponte aérea humanitária” em parceria com a Jordânia. O plano prevê a participação de França e Reino Unido e o envio coordenado de alimentos e insumos médicos ao território palestino. O ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, liderará a articulação com os demais países europeus.
Nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump também deu declarações públicas sobre a situação em Gaza. Em entrevista à imprensa ao lado do premiê britânico Keir Starmer, na Escócia, Trump afirmou que “a prioridade número um agora é alimentar as pessoas”. O republicano revelou que seu governo já forneceu US$ 60 milhões em ajuda humanitária e que outros países se comprometeram a intensificar os esforços. “Está uma bagunça. Eles precisam de comida e segurança agora mesmo”, afirmou. Trump também disse ter discutido o tema com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
Trump criticou a conduta do grupo Hamas nas negociações e afirmou ter sugerido ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que mude a abordagem militar. O republicano, no entanto, evitou se posicionar sobre o reconhecimento do Estado palestino, como sugerido recentemente pelo presidente da França, Emmanuel Macron.
Israel, por sua vez, anunciou novas medidas para facilitar a entrada de ajuda, como pausas humanitárias diárias em três áreas de Gaza e criação de corredores seguros. No entanto, agências da ONU avaliam que as ações ainda são insuficientes para impedir que a fome continue se alastrando pelo território.
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