A conta de luz dos brasileiros permanecerá mais cara em julho. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou a manutenção da bandeira vermelha em seu primeiro patamar, o que representa um custo adicional de R$ 4,46 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.
A manutenção da bandeira tarifária mais cara é uma resposta direta aos volumes de água nos reservatórios das hidrelétricas, que se encontram abaixo da média histórica para esta época do ano.Quando a geração de energia por fontes hídricas – a mais barata disponível no país – diminui, é preciso acionar usinas termelétricas para garantir o fornecimento em todo o país.
O custo mais elevado dessa geração é repassado diretamente ao consumidor final por meio do sistema de bandeiras tarifárias, um mecanismo criado para sinalizar o custo real da energia gerada a cada mês.
Apesar do acionamento da bandeira, dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) indicam uma posição relativamente confortável para o segundo semestre. Os níveis de Energia Armazenada (EAR) mostram um cenário heterogêneo pelo país:
- Norte: 99,5% da capacidade5.
- Nordeste: 69,2%6.
- Sudeste/Centro-Oeste: 67,1%7.
- Sul: 64%, um aumento expressivo de 28,4 pontos percentuais em relação ao início do mês8.
Marcio Rea, diretor-geral do ONS, pondera o cenário exige adaptação constante. “Estamos sempre tendo que adaptar as nossas políticas operativas para manter o atendimento”, explica.
O custo da energia elétrica já pesa na inflação. Segundo o IPCA-15, a prévia da inflação de junho, a alta de 3,29% no item foi o principal motivo de pressão sobre o índice. Sem esse aumento, o resultado da inflação seria menor.
A preocupação entre economistas agora se volta para os próximos meses. Uma eventual piora nos níveis dos reservatórios pode levar o sistema a acionar a bandeira “vermelha patamar 2”, ainda mais cara, o que pressionaria adicionalmente a inflação.
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