Um dos empresários de maior sucesso do país, um “self-made man” dono de patrimônio de R$ 17 bilhões, atraiu a fúria de petistas, esquerdistas e sindicalistas após dar entrevista com críticas ao programa Bolsa Família e ao excesso de burocracia, carga tributária e intromissão do Estado na atividade econômica.
Ricardo Faria, apelidado pelo jornal inglês Financial Times de “Egg’s King”, ou Rei do Ovo, começou a empreender ainda garoto. Ele começou vendendo picolés em dias de jogos de futebol em Criciúma, Santa Catarina. Aos 20 anos, transformou um pequeno negócio familiar em uma lavanderia industrial de sucesso, para depois construir um império global na produção de ovos. Com aquisições estratégicas nos Estados Unidos e na Espanha, Faria personifica a capacidade transformadora do livre empreendedorismo. Que gera riqueza e oportunidades a partir da iniciativa individual, não da tutela do Estado.
Sua “ousadia”, porém, foi criticar os entraves que sufocam o crescimento no Brasil: a burocracia, a carga tributária exorbitante e o intervencionismo estatal excessivo no ambiente de negócios. Mas o que realmente provocou a fúria das centrais sindicais foram suas críticas ao programa Bolsa Família. Faria afirmou que muitas pessoas estão “viciadas” no programa, o que dificulta a contratação e o treinamento de novos funcionários.
Não se pode criticar falhas do Bolsa Família?
Ele também criticou a tutela do Estado em todas as esferas e o desmonte da reforma trabalhista na Justiça, que minam a flexibilidade e a capacidade de geração de empregos.
As Centrais Sindicais tomaram as dores do Estado em tempos de lulopetismo. Em nota conjunta, atacaram Faria como a “caricatura de um patrão que acumula riquezas às custas da exploração e despreza os compromissos sociais”. Acusaram o empresário de ter uma “visão cínica e perversa”. Visão própria “de quem quer perpetuar a pobreza para manter um exército de trabalhadores precarizados e baratos” e “de quem vive com a cabeça no século XIX”.
O que os sindicalistas não dizem é que o atual modelo do Bolsa Família virou um cabide de assistencialismo, que já reúne 21 milhões de famílias – cerca de 55 milhões de pessoas, ou um quarto da população do país. Em 12 dos 27 estados brasileiros, há mais beneficiários do que pessoas com carteira assinada. E sete milhões estão no programa há mais de dez anos. Muitos evitam o registro formal para não perder o benefício, criando um dilema para o empresário: contratar informalmente (e correr riscos de ações trabalhistas posteriores) ou não contratar, impedindo o crescimento dos negócios. O que deveria ser um apoio social temporário e estratégico para os vulneráveis se tornou um “encosto permanente”.
A Granja Faria, do empresário criticado pelas centrais sindicais, mantém quase 3 mil empregos diretos. E põe alimento barato na mesa de milhões. Já as Centrais Sindicais, o que fazem mesmo?
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