Na Alemanha trabalha-se apenas quatro dias por semana. Por que não seguimos, finalmente, o exemplo dos “países mais avançados'”?
De nossa parte, entendemos que a atual crise global de saúde mental não será enfrentada se não olharmos para os prejuízos causados por extensas jornadas de trabalho (somado às dificuldades de mobilidade urbana) em termos de pertencimento familiar, solidão, déficit narrativo, redução da escuta, ruptura da rede de proteção e cuidado.
Vidas em estrutura de empresa são nocivas, particularmente para profissionais liberais, autônomos, os que vendem sua força de trabalho “por projeto”, os “pejotizados”, os trabalhadores em plataforma. Porque nelas o tempo de trabalho corre por conta do empreendedor de si mesmo.
Some-se a isso os prejuízos de uma vida neoliberal em termos de depressão, ansiedade e burnout, e chegamos ao argumento incontornável para uma pauta progressiva de redução de jornada de trabalho.
Tudo isso baseado no pressuposto da livre vontade: se você quer ganhar mais, trabalhe por mais tempo.
Não espere, mais uma vez, que a tecnologia pague a conta, para o bem e para o mal.
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