A oposição democrata dos Estados Unidos intensificou nesta quarta-feira (30) a pressão sobre o presidente Donald Trump em relação ao caso Jeffrey Epstein. Os parlamentares adotaram uma medida incomum para tentar obrigar o governo a divulgar documentos relacionados à investigação da rede de tráfico sexual comandada pelo empresário, que morreu na prisão em 2019.
O tema voltou ao centro do debate público após a Casa Branca divulgar, no início do mês, um memorando afirmando que não pretende abrir novas investigações sobre o caso. A decisão contrariou até mesmo apoiadores do presidente, especialmente dentro do movimento conservador MAGA, que passaram a acusá-lo de abandonar o compromisso com a transparência. Teorias da conspiração sobre a morte de Epstein — encontrado enforcado na cela — também ganharam novo fôlego, com suspeitas de que o empresário teria sido assassinado para proteger figuras poderosas.
Diante da repercussão, os democratas buscam capitalizar o descontentamento. “Hoje, os democratas do Senado estão tomando novas medidas para descobrir a verdade sobre os documentos de Epstein”, afirmou o senador Chuck Schumer, líder da minoria na Casa.
Schumer anunciou que recorrerá à chamada “regra dos cinco”, um instrumento pouco utilizado que permite que, se cinco senadores de um mesmo comitê solicitarem a divulgação de documentos ao Executivo, o Departamento de Justiça é obrigado a atender. “Esperamos que a administração Trump forneça esses documentos até 15 de agosto”, disse.
Enquanto isso, Trump tentou minimizar sua relação com Epstein. Durante conversa com jornalistas a bordo do avião presidencial Air Force One, o presidente afirmou que rompeu laços com o empresário nos anos 2000 após descobrir que ele havia supostamente aliciado funcionários de seu clube em Mar-a-Lago, na Flórida. A imprensa norte-americana, porém, aponta outra versão: os dois teriam rompido por disputas imobiliárias no estado.
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