Essa dinâmica fortalece o que especialistas chamam de “influenciadores algorítmicos”, caso de Hytalo Santos, que acumula milhões de visualizações -ele está preso, acusado de exploração sexual, entre outros delitos.
Para a pesquisadora Yasodara Cordova, diretora da estatal Dataprev e ex-membro do Comitê de Segurança do TikTok no Brasil, as plataformas cometem duas grandes falhas.
A primeira são as funções e recursos criados para ampliar o engajamento e a “passada de pano” das empresas para usuários que quebram suas regras.
Essa anuência, tratada como estímulo à comunidade de criadores, acaba facilitando a atuação de pessoas mal intencionadas.
Sabendo que a sua plataforma tem adolescentes, até menores de 13, você vai deixar espaços não supervisionados, como estratégia de negócio para aumentar view, elevar a interação com a sua plataforma e a monetização? É sacrificar muito a sua reputação por um crescimento que nem é sustentável
Yasodara Cordova, pesquisadora
A segunda brecha é ignorar sistematicamente os problemas e falhas apontados por especialistas e usuários. Como contraponto, ela aponta a conduta de outras indústrias voltadas ao público infantil, como os streaming de vídeo, que herdaram da TV a cultura da classificação indicativa, e os parques de diversões.
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