As fortes chuvas que atingem a região de Pequim provocaram a morte de 30 pessoas na capital chinesa, segundo anunciaram as autoridades locais nesta terça-feira. Com isso, o número total de vítimas das tempestades que assolam o norte da China subiu para pelo menos 34.
De acordo com comunicado do governo municipal, 28 mortes ocorreram no distrito de Miyun — o mais atingido — e duas no distrito de Yanqing, ambos na periferia de Pequim. Mais de 80 mil moradores precisaram deixar suas casas, sendo cerca de 17 mil apenas em Miyun.
As chuvas intensas voltaram a atingir a região durante a noite de segunda-feira, agravando a situação. Nesse mesmo dia, um deslizamento de terra na zona rural de Luanping, na província vizinha de Hebei, causou quatro mortes. Outras oito pessoas estão desaparecidas. Segundo relatos ao jornal estatal Beijing News, moradores locais estão incomunicáveis por conta dos danos às linhas de telefone e energia.
A precipitação média em Pequim chegou a 16 centímetros até a meia-noite desta terça, e duas localidades de Miyun registraram um acumulado de 54 centímetros, segundo dados do governo. Devido ao risco de transbordamento, autoridades abriram as comportas de uma barragem que atingiu o nível mais alto desde sua construção, em 1959, e pediram que a população se mantenha afastada dos rios a jusante, que devem continuar subindo.
O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, classificou a situação em Miyun como “muito grave”, com “grandes perdas humanas”, e solicitou o reforço imediato das operações de resgate, segundo a agência estatal Xinhua.
As tempestades deixaram 130 vilarejos sem eletricidade, destruíram linhas de comunicação e danificaram mais de 30 trechos de estrada. Em Miyun, as enchentes arrastaram carros, derrubaram postes e causaram grandes prejuízos.
Na cidade de Taishitun, a cerca de 100 quilômetros do centro de Pequim, a lama tomou conta das ruas e as árvores arrancadas pelas águas foram deixadas com as raízes expostas. “As águas chegaram de repente, tão rápido e com tanta força. Em poucos minutos, tudo estava alagado”, disse Zhuang Zhelin, dono de uma loja de materiais de construção, à agência Associated Press.
Seu vizinho, o médico tradicional Wei Zhengming, relatou que precisou se abrigar no andar superior da clínica enquanto o nível da água subia. “Achei que, se ninguém viesse nos buscar, estaríamos em apuros”, contou, com os pés ainda cobertos de lama.
As autoridades de Pequim decretaram nível máximo de emergência na segunda-feira à noite, pedindo que a população não saísse de casa. Escolas foram fechadas, obras suspensas e atividades turísticas ao ar livre canceladas até novo aviso. A previsão é de que as chuvas mais intensas caiam durante a madrugada, com até 30 centímetros em algumas áreas.
A cidade vizinha de Tianjin também retirou cerca de 10 mil moradores do distrito de Jizhou. O governo central enviou o equivalente a 6 milhões de euros (cerca de 50 milhões de yuans) para a província de Hebei e deslocou uma equipe nacional de emergência para apoiar operações de socorro em cidades como Chengde, Baoding e Zhangjiakou.
Pequim e Hebei já haviam sofrido graves inundações em 2023, com dezenas de mortes registradas.
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