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Aviões capazes de lançar superbomba no Irã decolam dos EUA

IGOR GIELOW
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – De dois a seis bombardeios furtivos ao radar B-2 levantaram voo da base aérea de Whiteman, no Missouri (EUA). Os aviões são os únicos capazes de lançar a superbomba GBU-57, citada por especialistas como capaz de destruir os bunkers profundos do programa nuclear do Irã.

Na quinta (19), o presidente Donald Trump disse que tomaria a decisão de unir-se a Israel nos ataques à teocracia iraniana em até duas semanas, e determinou reforços extras das forças americanas no Oriente Médio -em semanas, haverá três grupos de porta-aviões na região.

Na manhã deste sábado (21), monitores de tráfego aéreo captaram a decolagem de dois B-2 Spirit, que são furtivos mas não invisíveis ao radar, e na fase inicial de voo são rastreáveis por estarem com seus equipamentos de localização ativos.

Junto a eles, rumo a oeste, decolaram oito aviões de reabastecimento aéreo KC-135, um complemento que permite uma jornada de 11 horas até a montanha onde está enterrada a principal instalação nuclear secreta do Irã, em Fordow, talvez com uma parada na volta na base de Diego Garcia, no Índico, onde há mais desses aviões-tanque para apoiar uma missão de ataque.

Ou então, como parece mais provável se o prazo de Trump for cumprido, os B-2 estão sendo deslocados justamente para Diego Garcia, que fica a uma distância de ataque ao Irã confortável com o uso de aviões-tanque e, ao mesmo tempo, fora do alcance de mísseis balísticos da teocracia.

Por fim, os bombardeios podem estar indo para Guam, base naval americana no Pacífico, para ficar de sobreaviso em caso de serem chamados à ação -embora de lá uma ação no Irã passaria por vários países, enquanto de Diego Garcia seria só sobre o mar. Qualquer uma das hipóteses deve estar causando inquietação em Teerã.

O B-2 é a mais complexa aeronave já construída. Pode lançar cargas nucleares ou a coisa mais próxima no arsenal americana, que são as GBU-57, monstros de 13,6 toneladas capazes de penetrar defesas a mais de 60 metros de profundidade no solo e, aí, explodir de forma maciça.

Cada B-2 pode levar até duas delas. Israel não tem nada parecido em seu arsenal, que segundo sua Força Aérea até aqui destruiu instalações nucleares iranianas de forma a atrasar o programa do país em dois ou três anos.

O objetivo declarado de Israel, que começou a atacar há uma semana e está sob fogo de mísseis e drones de Teerã, é anular a capacidade dos iranianos de fazer uma bomba atômica totalmente. No meio do caminho, estão matando a liderança militar do país e obliterando suas capacidades de defesa antiaérea e de ataque de longa distância.

As decolagens do B-2 deste sábado podem ter sido acompanhadas por outros desses bombardeiros, nesse caso voando sem o chamado transponder ligado, dificultando sua detecção. Monitores dizem que podem ser até seis aviões. Há 19 desse bombardeiros no inventário da Força Aérea do EUA.

Trump já havia posicionado o modelo em Diego Garcia em abril, quando começou a pressionar o Irã a sentar-se à mesa de negociações para fazer um acordo no qual os aiatolás recusam a bomba atômica em troca do fim de sanções ao país.

Deu certo, as conversas avançaram e os B-2 voltaram para os EUA em algum momento do mês passado. Eles participaram de ações contra os houthis do Iêmen a partir da base, e foram substituídos por modelos B-52. Imagens de satélite mostram grande movimentação no local, com aviões-tanque, de transporte e caças de ataque F/A-18 também.

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