O governo aprovou nesta quarta (25) o aumento do teor de etanol na gasolina de 27% para 30% e de biodiesel no diesel comum de 14 para 15%. A decisão foi tomada pelo Conselho Nacional de Pesquisa Energética (CNPE), órgão responsável por estabelecer diretrizes para a política energética do país, em reunião que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira. A medida vale a partir de 1° dfe agosto.
A proposta de alteração do teor de etanol na gasolina, de 27% para 30%, está alinhada com a Lei do Combustível do Futuro, que foi aprovada e sancionada no ano passado, e que já permite uma mistura de até 35% de etanol. Para embasar a decisão, testes de viabilidade, concluídos em fevereiro, foram realizados pelo Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), a pedido do Ministério de Minas e Energia (MME).
A adição de etanol à gasolina reduz o consumo de combustíveis fósseis e as emissões de CO₂, já que o etanol emite apenas um terço do CO₂ da gasolina e parte desse gás é reabsorvida no cultivo da cana de açúcar.
Segundo estudo do Itaú BBA, divulgado em fevereiro, a mudança na mistura pode elevar os preços: 0,6% na gasolina comum, 3,6% no etanol hidratado e 4,3% no etanol anidro. O aumento resulta da maior demanda por etanol anidro e menor oferta de etanol hidratado, sem expansão imediata da produção total.
A consultoria projeta crescimento na produção de etanol de milho, enquanto a de cana-de-açúcar deve cair, com usinas priorizando o açúcar. Paralelamente, o maior teor de etanol na gasolina pode eliminar as importações de gasolina pura. A EPE estima que, com 33% de etanol, as importações líquidas cessariam em 2030. Em 2023, o Brasil importou 2,7 milhões de m³ de gasolina pura (8,8% da demanda nacional), principalmente dos Países Baixos, Espanha e Rússia.
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