Ucrânia e EUA já teriam chegado a acordo para uma proposta de paz, que deverá ser apresentada à Rússia ainda nesta quarta-feira (24), véspera de Natal.
O projeto tem 20 pontos e prevê garantias de segurança para a Ucrânia. O plano ainda não estabeleceu um acordo sobre o controle da central nuclear de Zaporijia e da região do Donbass.
O Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky afirmou que a versão mais recente do plano dos Estados Unidos para a Ucrânia prevê o congelamento das linhas da frente, mas não resolve a possível cedência de território a Moscou.
De acordo com Zelensky, a nova versão do texto estipula que “a linha de posicionamento das tropas à data deste acordo é a linha de contato reconhecida de fato”, situação que abriria caminho a discussões sobre a criação de possíveis zonas desmilitarizadas.
“Um grupo de trabalho vai reunir-se para determinar o reposicionamento das forças necessárias para pôr fim ao conflito, bem como para definir os parâmetros de possíveis futuras zonas econômicas especiais”, afirmou Zelensky, que proferiu estas declarações na terça-feira, mas que foram apenas hoje divulgadas.
Este plano, apresentado há quase um mês, tem sido objeto de negociações separadas dos norte-americanos com ucranianos e russos, como no fim de semana passado na Florida.
O pacto tem como objetivo encerrar quase quatro anos de guerra entre a Rússia e a Ucrânia, embora a concordância de Moscou não esteja garantida, pois as autoridades russas não mostram vontade em abandonar os objetivos.
Segundo Zelensky, as negociações entre Kyiv e Washington ainda não conduziram a um consenso sobre estas questões territoriais, uma vez que Moscou exige, em particular, que Kyiv ceda a porção da região leste de Donetsk que ainda está sob o seu controle.
O Presidente ucraniano referiu estar “pronto para se reunir com os Estados Unidos, ao nível de liderança, para tratar de questões sensíveis”, depois de ter solicitado anteriormente uma reunião trilateral com o Presidente russo, Vladimir Putin.
Segundo Zelensky, a nova versão do plano não exige que a Ucrânia renuncie formalmente à adesão à OTAN, outra grande exigência de Moscou.
“Cabe à OTAN decidir se quer ou não acolher a Ucrânia como membro. E a nossa escolha já foi feita. Decidimos não alterar a Constituição ucraniana para incluir uma cláusula que declare que o país não aderirá à OTAN”, declarou o líder ucraniano.
Uma versão anterior do plano, elaborada pelos Estados Unidos, exigia que Kyiv se comprometesse legalmente a não aderir à Aliança.
Em relação à grande central nuclear de Zaporijia, ocupada pela Rússia desde 2022 e localizada no sul da Ucrânia, no plano propõe-se que seja operada em conjunto por Moscou, Kyiv e Washington, uma possibilidade rejeitada por Volodymyr Zelensky.
“Para a Ucrânia, isto parece muito inadequado e não totalmente realista”, disse aos jornalistas.
O Presidente ucraniano afirmou ainda que o documento estipula que irá realizar eleições presidenciais após a assinatura de um acordo para o fim das hostilidades.
Indicou, no entanto, que qualquer acordo que preveja a retirada das tropas ucranianas teria de ser aprovado por um referendo popular, o que exigiria um cessar-fogo de 60 dias.
Zelensky disse que esperava uma resposta da Rússia hoje sobre esta nova versão do plano norte-americano. “Teremos uma reação dos russos depois de os americanos falarem com eles”, declarou.












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