Muitas vezes, abusadores podem pedir para que a conversa seja transferida para outros aplicativos de conversa. Um das mães de vítimas ouvidas pelo site americano, identificada apenas com o nome fictício Amie, contou que a filha de 10 anos conversava em 2020 com um homem que se passava por adolescente. Após conquistar sua confiança, ele enviou fotos sexualmente explícitas e pediu que ela fizesse o mesmo.
Após algumas semanas de conversa, o predador convenceu a criança a sair de casa para se encontrarem. No meio da noite, a garota teria caminhado por 10 quarteirões para encontrar com o homem, que a estuprou com outros quatro suspeitos em um motel em Chicago.
Amie processou a plataforma em outubro. A acusação é que a empresa “opera um negócio de forma imprudente e enganosa, o que levou diretamente à exploração e ao abuso sexual” de sua filha. “Essa foi a ruptura definitiva para a minha família”, acrescentou.
Outra mãe contou ainda ter perdido o filho de 15 anos, que se suicidou após ser vítima de um predador que conheceu no Roblox. O criminoso, um homem de 37 anos, também se passava por adolescente e começou a conversar com Ethan quando ele tinha 12 anos. Ele incentivou o menino a conversar pelo Discord e a enviar fotos sexuais.
A mulher está processando as duas plataformas por homicídio culposo. O menino, que era autista, tinha sido ensinado ainda pelo homem a burlar as configurações de controle parental do Roblox, que haviam sido colocadas pela família.
Por que isso importa
Roblox não exigia idade mínima para acessar os mundos virtuais e permite chats e conversas por voz. A plataforma usava até novembro filtros para oferecer opções de ambientes virtuais, mas não checava a autodeclaração de idade. Ou seja, nada impedia que uma criança declare ter 18 anos ou mais. A falta de verificação também fazia ser impossível de saber se a criança conversa com outra criança ou adulto.
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