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Trump anuncia intervenção militar na Venezuela. Maduro pede “prontidão”

Washington advertiu que agirá “muito em breve” em terra contra “narcotraficantes da Venezuela”, e Caracas apelou ao estado de prontidão da força aérea venezuelana para defender o território, numa escalada de tensão entre os dois países.

“Provavelmente já se aperceberam que as pessoas já não querem entregar [droga] por mar, e nós vamos começar a impedi-las por terra. Além disso, por terra é mais fácil, e isso vai começar muito em breve. Avisámo-los para pararem de enviar veneno para o nosso país”, disse Donald Trump na quinta-feira, num telefonema com militares por ocasião do Dia de Ação de Graças.

O líder republicano, que não detalhou em que consistiriam as ações terrestres, destacou os ataques no mar do Caribe e no Pacífico, onde as forças norte-americanas mataram mais de 80 pessoas ao destruírem mais de 20 embarcações alegadamente ligadas ao narcotráfico, maioritariamente da Venezuela, desde 1.º de setembro.

As ações foram levadas a cabo por um destacamento militar naval e terrestre na região, que inclui o maior navio militar do mundo, o porta-aviões Gerald R. Ford, com quatro mil soldados e 75 caças a bordo, que o líder venezuelano, Nicolás Maduro, interpreta como uma tentativa de afastá-lo do poder.

O líder chavista pediu aos elementos da força aérea que estejam em “alerta, prontos e dispostos” a defender os direitos da Venezuela.

“Peço a vocês que estejam sempre imperturbáveis na serenidade, alerta, prontos e dispostos a defender os nossos direitos como nação, como pátria livre e soberana, e sei que nunca falharão à Venezuela, sei que a Venezuela conta com vocês”, disse Maduro na quinta-feira.

O presidente venezuelano fez as declarações remotamente durante um evento liderado pelo ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, e por altos comandantes militares na base aérea de Maracay, capital do estado de Aragua, para assinalar o 105.º aniversário da criação da força aérea venezuelana.

Na ocasião, as tropas realizaram um exercício de simulação da interceptação de um avião e de tropas invasoras.

Sem especificar, Padrino López criticou governos que “se prestam ao jogo imperialista para militarizar o Caribe” e apelou para que deixem de agir contra os sentimentos de seus povos.

O ministro da Defesa fez a declaração no mesmo dia em que o secretário de Guerra dos EUA, Pete Hegseth, visitou o USS Gerald R. Ford para agradecer às tropas por enfrentarem os cartéis da droga.

Na quarta-feira, Hegseth esteve na República Dominicana, cujo governo autorizou os Estados Unidos a utilizarem “de forma provisória” dois aeroportos no âmbito da luta contra o tráfico de drogas na região.

A região do Caribe foi palco, na segunda-feira, de demonstrações de bombardeiros B-52H, revelou a força aérea norte-americana na quarta-feira.

No plano interno, e também devido às manobras militares na região, a Venezuela despertou na quinta-feira com a atividade aérea civil reduzida, com Caracas cumprindo a ameaça feita na noite de quarta-feira de revogar as licenças das companhias aéreas TAP, Iberia, Turkish Airlines, Avianca, Latam Colombia e Gol, que acusou de se “unirem aos atos terroristas” promovidos pelos EUA.

O Aeroporto Internacional de Maiquetía, que serve Caracas, operou na quinta-feira com uma oferta limitada de viagens, com apenas sete partidas e sete chegadas previstas, no mesmo dia em que a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), que engloba mais de 300 companhias aéreas de todo o mundo, instou as autoridades venezuelanas a reconsiderar a revogação das concessões de voos.

Durante a 19.ª edição da Comissão Intergovernamental de Alto Nível Rússia-Venezuela, realizada virtualmente, a vice-presidente venezuelana Delcy Rodríguez acusou a Administração Trump de tentar isolar o país sul-americano e de pressionar outros governos a impedirem as companhias aéreas de voarem para Caracas.

Neste contexto, apelou a um aumento dos voos entre a capital venezuelana e Moscou.

A Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA) tinha apelado, na sexta-feira anterior, à “extrema cautela” das companhias aéreas no sobrevoo da Venezuela e do sul do Caribe, o que levou a uma cascata de cancelamentos de voos para o país sul-americano.

Na quinta-feira, o governo português avisou a Venezuela que não cederia a ameaças, após a revogação da concessão de voo da TAP, que voa para o país há quase 50 anos, enquanto a companhia aérea espanhola Iberia disse esperar retomar os voos o mais rapidamente possível, assim que estejam reunidas todas as condições de segurança para os passageiros.
 
 

O governo de Nicolás Maduro revogou autorizações de seis companhias, incluindo a brasileira GOL, após acusações políticas ligadas às tensões com os Estados Unidos. Passageiros enfrentam incertezas em plena temporada de viagens.

Notícias ao Minuto | 06:25 – 27/11/2025

 

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