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Bilionário amigo de Trump pagou militares durante o shutdown, diz jornal

(UOL/FOLHAPRESS) – Timothy Mellon, amigo e um dos maiores apoiadores financeiros de Donald Trump, doou US$ 130 milhões para pagar militares durante a paralisação que atinge o governo dos Estados Unidos. Informação foi revelada pelo jornal The New York Times.

O QUE ACONTECEU

Trump anunciou a doação na semana passada, mas não revelou o nome do doador. O presidente se limitou a dizer que o montante foi doado por um “patriota” e “amigo”, mas o jornal afirma que fontes revelaram a identidade do bilionário.

O presidente foi questionado novamente sobre a identidade do doador. Em uma entrevista no avião presidencial, Trump se negou a revelar o nome de Mellon e disse que a doação foi feita por um “grande cidadão americano”, destacando que o bilionário não queria publicidade.

Pentágono aceitou doação como presente. O porta-voz-chefe do órgão informou em um comunicado que “A doação foi feita sob a condição de ser usada para compensar o custo dos salários e benefícios dos militares”. Ainda assim, existe a possibilidade de ela violar a chamada Lei Antideficiência, que proíbe agências federais de gastar dinheiro fora do determinado pelo Congresso ou de aceitar serviços voluntários.

O jornal afirma não ter conseguido declarações de Trump ou de Mellon. Segundo a reportagem, eles foram procurados diversas vezes, mas não se manifestaram.

QUEM É TIMOTHY MELLON

Herdeiro de banco e magnata ferroviário. Mellon é neto do ex-secretário do Tesouro Andrew W. Mellon e um apoiador de longa data de Donald Trump. Ele já doou milhões de dólares antes para a campanha do presidente, incluindo uma das maiores contribuições únicas já divulgadas, de US$ 50 milhões, no ano passado.

Mellon mantém perfil discreto no interior do país. O magnata vive principalmente em Wyoming e é um grande apoiador financeiro de causas políticas. Segundo o The New York Times, ele já doou para a campanha de Robert F. Kennedy Jr., secretário de Saúde que concorreu à presidência no ano passado, e para o grupo anti-vacina liderado por ele, o Children’s Health Defense.

SHUTDOWN NOS ESTADOS UNIDOS

Paralisação chega à quarta semana com impactos na segurança. Cerca de 60 mil trabalhadores, responsáveis pela segurança nos aeroportos e pelo controle do tráfego aéreo no país, ficaram sem receber salários na semana passada. As informações são da Reuters.

Os últimos pagamentos dos funcionários foram feitos em meados de outubro, mas chegaram incompletos. Sem previsão de acordo de financiamento, muitos recorrem a economias, cartões de crédito ou trabalhos temporários para se manter.

Alguns receberam apenas parte do salário, enquanto outros receberam quantias simbólicas, como US$ 6,34 (cerca de R$ 34 na cotação atual). Muitos controladores de voo podem ficar sem pagamento na próxima semana.

Funcionários reclamam que seus salários viraram moeda de troca na negociação política. “Não há negociações de verdade acontecendo”, afirma um agente da TSA em Ohio.

ALTA DE EMPRÉSTIMOS

Impactos logísticos. Durante a paralisação, aeroportos como o de Minneapolis-St. Paul planejam distribuir alimentos não perecíveis e, se a situação se prolongar, oferecer almoços. Ainda assim, trabalhadores relatam dificuldades para pagar aluguel, carro e contas básicas, recorrendo a empréstimos.

Negociações continuam no Congresso. Os republicanos aliados do presidente Donald Trump detêm maioria em ambas as casas, mas precisam de sete votos democratas no Senado para aprovar o orçamento. Os democratas, por sua vez, exigem continuidade e ampliação dos subsídios de saúde para quem usa o plano Affordable Care Act, que visa expandir o acesso a planos de saúde para mais pessoas.

Leia Também: Trump parabeniza Lula e diz que negociações com Brasil prosseguem

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