A Romênia foi obrigada a acionar caças neste sábado depois que seu espaço aéreo foi invadido por drones russos, em consequência de um ataque a uma infraestrutura ucraniana próxima da fronteira.
O Ministério da Defesa romeno informou, em comunicado, que dois caças F-16 foram enviados para monitorar a situação após a detecção de um drone no espaço aéreo do país.
As aeronaves acompanharam o drone até que ele “desapareceu do radar” nas proximidades da aldeia de Chilia Veche, segundo a nota citada pela agência France-Presse.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, também comentou o caso em uma publicação no X.
“De acordo com os dados atuais, o drone avançou cerca de 10 quilômetros dentro do território romeno e operou no espaço aéreo da OTAN por aproximadamente 50 minutos”, afirmou.
Zelensky destacou ainda que “isso não pode ser coincidência, um erro ou iniciativa de algum comandante de baixo escalão”.
“É uma clara expansão da guerra por parte da Rússia — e é exatamente isso que eles querem. Pequenos passos no início e, eventualmente, grandes perdas”, acrescentou o presidente ucraniano, ressaltando que as forças russas “sabem perfeitamente para onde seus drones estão indo” e que “suas rotas são sempre calculadas”.
Today, Romania scrambled combat aircraft because of a Russian drone in its airspace. According to current data, the drone penetrated about 10 kilometers into Romanian territory and operated in NATO airspace for around 50 minutes. Also today, Poland responded militarily to the…
— Volodymyr Zelenskyy / Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) September 13, 2025
A invasão do espaço aéreo da Romênia por drones russos não é novidade. Desde o início da guerra, a situação vem se repetindo, especialmente com fragmentos de drones abatidos caindo no lado romeno da fronteira.
Vale lembrar que a Romênia é membro da União Europeia e da OTAN, e compartilha cerca de 650 quilômetros de fronteira com a Ucrânia, o que torna esses episódios recorrentes.
O incidente ocorre poucos dias depois de situação semelhante na Polônia, em 10 de setembro, o que acendeu novos alertas.
Na ocasião, 19 drones entraram no território polonês, provocando forte reação da comunidade europeia, que condenou o episódio, e levando a Polônia a acionar o Artigo 4º do Tratado da OTAN.
Em resposta, tanto a Polônia quanto a aliança atlântica mobilizaram aeronaves de combate para a fronteira, segundo as Forças Armadas polonesas, citadas pelo jornal Le Monde.
“Devido à ameaça de ataques com veículos aéreos não tripulados [drones] em regiões da Ucrânia que fazem fronteira com a Polônia, aeronaves polonesas e aliadas estão operando em nosso espaço aéreo, e os sistemas terrestres de defesa antiaérea e de vigilância por radar estão no nível máximo de alerta”, afirmou o comunicado.
Na sexta-feira, em coletiva de imprensa, o secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, anunciou o reforço da presença militar para “fortalecer ainda mais a postura defensiva” no flanco que faz fronteira com a Rússia.
A iniciativa, batizada de “Sentinela Oriental”, deve começar “nos próximos dias”, disse Rutte, sem dar uma data exata.
Segundo ele, o dispositivo de defesa reforçado contará com recursos da Dinamarca, França, Reino Unido, Alemanha e outros países aliados.
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