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Irlanda deportou 42 brasileiros desde junho, incluindo 15 presos

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O governo da Irlanda deportou 42 cidadãos brasileiros desde junho, entre eles 15 que cumpriam pena de prisão, informou o ministro da Justiça, Jim O’Callaghan. Segundo ele, todos os deportados estavam em situação irregular no país.

Em entrevista à rádio pública RTÉ, o ministro explicou que os presos enviados ao Brasil já estavam próximos da libertação e provavelmente não teriam sido soltos tão brevemente não fosse a medida do governo irlandês. “Muitos estavam no fim da pena e foram devolvidos por esse motivo. Isso também ajuda a liberar espaço nas prisões”, afirmou.

A decisão, de acordo com O’Callaghan, integra uma estratégia mais ampla do governo para aliviar a superlotação do sistema prisional. O Serviço Prisional da Irlanda reconheceu nesta semana que opera “muito além de seus limites”, com equipamentos superlotados e falta de vagas em diversos conjuntos penitenciários.

O ministro ressaltou ainda que a política não se aplica a condenados por crimes graves ou em início de cumprimento da pena. “Estamos falando de pessoas que não têm autorização para permanecer aqui. É preferível que cumpram a parte final da sentença em seus países de origem”, defendeu.

As deportações de brasileiros foram realizadas em voos comerciais. O’Callaghan explicou que a escolha por este tipo de viagem se deu porque, ao fretar aeronaves exclusivas, é necessário reunir pessoas da mesma nacionalidade, o que nem sempre é logisticamente viável.

Dados do Departamento de Justiça da Irlanda indicam que, do início do ano até agosto, foram emitidas 2.713 ordens de deportação, quase o dobro do registrado no mesmo período de 2023 (1.285). No total, 1.386 pessoas já deixaram o país em 2025 por diferentes mecanismos, que podem incluir deportações forçadas, como o caso destes brasileiros, e retornos voluntários.

A Irlanda também realizou outras operações coletivas de repatriação em 2025. Em junho, 35 pessoas -incluindo cinco crianças- foram enviadas de volta à Nigéria em um voo fretado. Mais cedo, em fevereiro, outros 32 cidadãos da Geórgia foram deportados da mesma forma.

Na ocasião da repatriação de georgianos, O’Callaghan afirmou que o descumprimento de ordens de expulsão exige consequências e que, sem sua aplicação, “o sistema de asilo perde o sentido”.

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