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Google enfrenta condenações e medidas antitruste nos EUA e pressões na UE

A sentença é fruto de um processo de cinco anos, no qual a Justiça americana já havia concluído, em 2024, que o Google mantinha um monopólio ilegal em buscas online e publicidade associada. Mehta entendeu que obrigar a venda do Chrome seria “altamente arriscado e confuso”, mas fixou regras para impedir que a empresa use acordos bilionários de exclusividade como os firmados com a Apple para ser buscador padrão no iPhone para manter seu domínio.

Além disso, a decisão estendeu as restrições ao setor de inteligência artificial generativa (GenAI), evitando que o Google repita estratégias de exclusividade para consolidar vantagem em um mercado emergente, hoje disputado por rivais como OpenAI (criadora do ChatGPT), Perplexity e até a Apple.

Especialistas ouvidos pela Reuters afirmam que startups de IA poderão usar os dados de busca do Google para desenvolver mecanismos alternativos de pesquisa. Embora construir um produto competitivo seja “astronomicamente caro”, segundo analistas, o acesso ao banco de dados da empresa reduz barreiras de entrada.

A decisão ocorre num momento em que chatbots de IA já começam a mudar hábitos de consumo de informação, desviando usuários da busca tradicional. Para investidores, a medida representa um risco no longo prazo, mas mantém a confiança no curto prazo, já que a supremacia do Google ainda é ampla.

O Google informou que pretende recorrer da decisão antitruste. A empresa argumenta que as exigências vão além do justificável e ameaçam a privacidade dos usuários, já que o compartilhamento de dados de busca envolve informações sensíveis. Após o anúncio, as ações da Alphabet, controladora do Google, chegaram a subir 7,5% no pregão após o fechamento, reflexo do alívio no mercado pelo fato de o Chrome não ter sido desmembrado.

Na União Europeia, o Google também enfrenta riscos. Segundo a Reuters, autoridades de defesa da concorrência adiaram a aplicação de uma multa contra a empresa, em meio a negociações comerciais com os EUA para reduzir tarifas sobre carros europeus.Fontes ouvidas pela agência disseram que o bloco considera impor uma multa modesta por práticas de favorecimento de seus próprios serviços de publicidade, mas o anúncio foi suspenso após questionamentos internos na Comissão Europeia.



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