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Estudo revela conteúdo de amostra lunar da missão Apollo 17

As rochas lunares trazidas na Apollo 17 revelam detalhes sobre o chamado manto leve (light mantle, em inglês). Com cerca de cinco quilômetros de extensão e dois de altura, a faixa compõe a superfície lunar.

O manto leve foi formado pelos restos de um antigo deslizamento ocorrido na Lua, cujas causas são desconhecidas até hoje. “Tenho estudado deslizamentos de longa distância na Terra e em Marte, mas o manto leve é atualmente o único que conhecemos na Lua”, disse Giulia Magnarini, especialista do Museu de História Natural de Londres e principal autora do estudo, ao portal especializado Phys.org. “Não sabemos como esse deslizamento de longa distância se formou ou o que permitiu que ele se estendesse por vários quilômetros”.

Resultados podem ajudar no retorno à Lua

Segundo a cientista, a amostra conta como o deslizamento que formou o manto leve aconteceu e como o material foi transportado. Impactos de asteroides, detritos de uma montanha próxima e atividade sísmica são alguns cenários que os especialistas consideram. “Vimos que o material mais fino que reveste os clastos [fragmentos de rocha] no núcleo vem do próprio clasto e não dos detritos circundantes, sugerindo que os clastos se fragmentaram e ajudaram o deslizamento a escoar mais como um fluido”, explicou.

O material expelido pela formação da cratera lunar Tycho pode ter desencadeado a formação do manto leve. Os detritos desta explosão atingiram a montanha conhecida como Maciço Sul, ocasionando o deslizamento de terra que originou o manto leve.Atualmente, estamos investigando essa possibilidade como parte de uma pesquisa em andamento sobre a história geológica da Lua”, disse Giulia.

A missão Apollo 17 foi a última vez que o homem pisou na Lua. “Esta pesquisa é uma forma de dar continuidade ao legado das missões Apollo mais de 50 anos depois, estabelecendo uma ponte para o programa Artemis”, explicou Giulia. “Aprendemos muitas lições com essas amostras sobre como preservar, armazenar e abrir material lunar sem danificar o conteúdo. Isso já está contribuindo para os planos científicos da Artemis e ajudando a desenvolver novos instrumentos.”



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