Cinco pessoas morreram no domingo, em Gaza, vítimas de desnutrição, entre elas uma criança de 4 anos identificada como Saif Helles, que faleceu no hospital Asdiqa Almarid, na capital do enclave palestino. A informação foi divulgada nesta segunda-feira pelo Ministério da Saúde local.
Com essas mortes, o total de vítimas de desnutrição na Faixa de Gaza desde o início da ofensiva israelense, em outubro de 2023, chegou a 222, das quais 101 eram crianças, segundo o relatório diário do ministério, controlado pelo grupo Hamas.
O número de mortes por desnutrição aumentou nas últimas semanas. Organizações humanitárias atribuem a crise ao bloqueio total imposto por Israel entre 2 de março e 19 de maio, que impediu a entrada de alimentos, medicamentos e combustível, além da escassez persistente desde então.
A ONU alerta que Gaza vive uma grave crise alimentar e enfrenta “o pior cenário possível de fome”, com mais de um terço da população passando dias sem se alimentar. A organização afirma que os índices de desnutrição atingiram níveis críticos desde o início do conflito.
Diante da pressão internacional, Israel anunciou no fim de julho “pausas humanitárias” em algumas rotas para permitir a entrada de ajuda. Porém, autoridades locais relatam que grande parte da carga é saqueada por uma população desesperada e por grupos armados antes de chegar à distribuição oficial.
Organizações humanitárias estimam que são necessários pelo menos 500 caminhões por dia para atender às necessidades básicas da população de Gaza. Dados israelenses apontam que, em junho, entravam entre 50 e 100 caminhões por dia, número que, após o anúncio das pausas, subiu para cerca de 200. Entre 3 e 9 de agosto, Israel informou que a média diária foi de 270 caminhões, mas o governo local afirma que o total real é menos da metade disso.
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