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Homem consulta ChatGPT para mudar consumo de sal e desenvolve doença rara

Um artigo publicado em uma revista médica norte-americana alerta para o caso de um homem que desenvolveu bromismo – uma condição clínica rara – influenciado pelo uso de Inteligência Artificial (IA). 

Segundo o artigo publicado na Annals of Internal Medicine, em 5 de agosto, e noticiado pelo The Guardian, o homem, de 60 anos, queria substituir o consumo de sal de mesa na sua dieta e, para isso, consultou o ChatGPT. 

De acordo com os autores, da Universidade de Washington, em Seattle, o homem foi a um hospital, onde alegou que um vizinho o poderia estar envenenando. Relatou ter várias restrições alimentantes e, apesar de estar com sede, demonstrou paranoia quando lhe ofereceram água. 

O paciente ainda tentou fugir da unidade hospitalar cerca de 24 horas depois de ter sido internado e, quando finalmente foi estabilizado, relatou vários sintomas – acne facial, sede excessiva e insônia – que levaram os médicos a diagnosticá-lo com bromismo, uma intoxicação por ingestão excessiva de substâncias compostas com bromo. Esta é uma condição rara que era especialmente reconhecida no início do século XX e, segundo destaca o The Guardian, teria contribuído para quase um em cada dez internamentos psiquiátricos nessa época. 

De acordo com o artigo científico, intitulado ‘A Case of Bromism Influenced by Use of Artificial Intelligence’ (‘Um Caso de Bromismo Influenciado pelo Uso da Inteligência Artificial’), o homem acabou por contar aos médicos que, após ler acerca dos efeitos negativos do cloreto de sódio, ou sal de mesa, decidiu consultar o ChatGPT para o eliminar da sua dieta. Assim, começou a tomar brometo de sódio durante três meses.

Como não tiveram acesso ao registo de conversas do paciente no ChatGPT, os autores não conseguiram determinar o conselho que o homem recebeu, no entanto, ao consultarem o ‘chatbot’ sobre o que podia substituir cloreto, a resposta incluiu brometo e não forneceu qualquer aviso específico sobre saúde. 

Os investigadores defendem que o caso mostra “como o uso da Inteligência Artificial pode potencialmente contribuir para o desenvolvimento de resultados adversos à saúde que poderiam ser evitados” e alertaram que este tipo de aplicativos podem “gerar imprecisões científicas, carecer da capacidade de discutir criticamente os resultados e, em última análise, alimentar a disseminação de desinformação”. 

Vale destacar que a publicação deste artigo surge em uma altura em que a OpenAI, criadora do ChatGPT, anunciou uma nova versão – o GPT-5 – que seria melhor a responder a questões relacionadas com saúde. No entanto, a empresa destacou que o ‘chatbot’ não substitui a ajuda profissional. 

Na semana passada, a OpenAI anunciou que o ChatGPT iria atingir 700 milhões de utilizadores ativos semanais, representando um crescimento anual de mais de quatro vezes.

Chatbot oficial do X, criado pela empresa de inteligência artificial xAI de Elon Musk, foi temporariamente suspenso após supostamente compartilhar conteúdo impróprio. Grok deu versões diferentes sobre o motivo, enquanto Musk classificou o episódio como um erro e evitou explicar a causa da penalidade

Notícias ao Minuto | 06:10 – 13/08/2025

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