O regime iraniano tem acelerado as execuções de opositores políticos, o que reacende o temor de que um novo massacre semelhante ao de 1988 esteja em curso. De acordo com o jornal britânico The Sun, Mehdi Hassani, de 48 anos, e Behrouz Ehsani, de 70, foram enforcados nos últimos dias após condenações consideradas forjadas. Ambos integravam a Organização dos Mujahidin do Povo do Irã (PMOI/MEK), principal grupo de oposição democrática do país.
Ainda segundo o The Sun, o governo iraniano estaria encurtando os prazos para execução de prisioneiros ligados à organização. O líder supremo Ali Khamenei tenta conter o desgaste do regime, que enfrenta instabilidade interna e pressões internacionais.
Em julho, a agência estatal Fars News, vinculada à Guarda Revolucionária Islâmica, publicou um editorial defendendo publicamente a repetição do massacre de 1988 — episódio em que cerca de 30 mil presos políticos foram executados. O texto é interpretado como reflexo do temor do regime pela própria sobrevivência.
A escalada da repressão tem gerado reações de juristas e parlamentares no Reino Unido, que pedem uma resposta internacional. Representantes do Conselho Nacional de Resistência do Irã (CNRI) criticam a comunidade internacional por dar prioridade às negociações sobre o programa nuclear iraniano, em detrimento da crise de direitos humanos.
De acordo com o The Sun, organizações relatam denúncias de maus-tratos dentro de prisões, repressão violenta e detenções em massa. Estima-se que cerca de 700 pessoas tenham sido presas no último mês sob suspeita de envolvimento com redes de espionagem. O Irã é um dos países com maior número de execuções no mundo, com mais de mil sentenças cumpridas em 2023 — o maior índice em três décadas.
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