Parece que a gente regrediu vários anos. Tudo o que a gente avançou [em termos de] de diversidade e inclusão ficou para trás
Gabriela de Queiroz, ex-diretora de IA da Microsoft
Em entrevista ao Deu Tilt, o podcast do UOL para os humanos por trás das máquinas, Gabriela contou ter notado mudanças preocupantes no clima corporativo. Um exemplo disso são atitudes machistas, que pareciam ter ficado no passado, mas voltaram a aparecer com mais frequência no cotidiano de muitas empresas.
O que mais me impactou foi o encerramento de muitas organizações externas, criadas para apoiar a minorias e ajudar na inclusão dessas pessoas na área de tecnologia. Eram organizações estavam há anos fazendo um trabalho muito relevante e fecharam as portas porque as empresas retiraram recursos
Gabriela de Queiroz
Apesar desse cenário, Gabriela relata que sua antiga equipe na Microsoft seguiu firme, mantendo uma postura mais comprometida com a diversidade – algo que, segundo ela, não se repetiu em gigantes como Google, Meta ou Salesforce.
A Microsoft manteve os programas. Eles ainda mandam e-mails e falam o quanto [o tema] é importante, e isso me surpreendeu
Gabriela de Queiroz
A especialista aponta, no entanto, que há um clima de receio entre quem atua com diversidade e inclusão. Pessoas que antes falavam abertamente sobre o tema agora pensam duas vezes antes de se posicionar — escolhem com cuidado onde e com quem abordar o assunto, com medo de represálias.
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