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Rússia descarta avanços nas negociações com a Ucrânia em Istambul

O Kremlin minimizou nesta terça-feira (22) as expectativas para a terceira rodada de negociações entre Rússia e Ucrânia, prevista para esta quarta, em Istambul, na Turquia. Segundo Dmitri Peskov, porta-voz da presidência russa, não há razão para esperar “avanços milagrosos” diante da atual conjuntura do conflito.

“Dada a situação no momento, dificilmente haverá um progresso significativo”, afirmou Peskov em entrevista coletiva, sem confirmar oficialmente a presença da delegação russa, mas indicando que a reunião deve ocorrer ainda nesta semana.

A rodada ocorre em meio a pressões do presidente norte-americano, Donald Trump, que ameaçou impor novas sanções e aumentar tarifas caso Moscou não chegue a um acordo com Kiev dentro de 50 dias — prazo que se encerra antes de setembro.

Peskov ressaltou que os representantes russos manterão o foco em “defender os interesses do país” e alcançar os objetivos estratégicos definidos desde o início da ofensiva. Ele também lembrou que os memorandos trocados entre as delegações russa e ucraniana refletem visões “completamente opostas” para a resolução do conflito.

Apesar disso, o Kremlin considerou produtivas as trocas de prisioneiros de guerra e corpos de combatentes ocorridas após as duas primeiras rodadas de diálogo. Peskov também não descartou a possibilidade de um encontro futuro entre os presidentes Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky, mas alertou que “ainda há um longo caminho até lá”.

Sobre um eventual acordo de paz ainda em 2025, o porta-voz foi cauteloso. “Há muitos fatores em jogo. Fazer qualquer previsão agora seria precipitado”, disse.

A terceira rodada acontecerá no Palácio Otomano Çiragan, em Besiktas — mesmo local que sediou as reuniões anteriores em maio e junho. O chefe da delegação ucraniana será o secretário do Conselho de Segurança Nacional, Rustem Umerov, ex-ministro da Defesa. Segundo Zelensky, a prioridade é garantir o retorno de prisioneiros de guerra e das crianças ucranianas levadas para território russo.

No entanto, o principal impasse segue sendo o pedido de Kiev por um cessar-fogo incondicional de ao menos 30 dias antes do início de qualquer negociação política — exigência rejeitada por Moscou.

“O lado russo precisa parar de evitar decisões. É urgente acelerar as negociações e buscar um cessar-fogo”, declarou Zelensky no último sábado.

Do lado russo, a delegação deve ser novamente liderada por Vladimir Medinsky, conselheiro do presidente Putin. Moscou mantém suas exigências para um acordo: a retirada total da Ucrânia das quatro regiões anexadas ilegalmente em 2022 (Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporíjia), o veto à entrada na Otan e limites severos ao poder militar ucraniano — condições inaceitáveis tanto para Kiev quanto para os países ocidentais que apoiam a Ucrânia.

Desde o início da guerra, em fevereiro de 2022, a Ucrânia conta com apoio militar e financeiro de países aliados. Em contrapartida, a Rússia tem sido alvo de sanções econômicas que afetam setores estratégicos da sua economia e limitam sua capacidade de sustentar o conflito.

Segundo o jornal The Sun, Kremlin acelera produção de drones kamikazes e planeja ataque em massa para sobrecarregar as defesas de Kiev; general alemão alerta para urgência de contramedidas inteligentes e de baixo custo por parte dos ucranianos

Notícias ao Minuto | 10:35 – 21/07/2025

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