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Coreia do Norte usou empregos remotos nos EUA para financiar armas

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos anunciou nesta segunda-feira (30) a abertura de processos criminais contra um grupo envolvido em um esquema internacional para financiar o programa de armas da Coreia do Norte. Segundo as autoridades, milhares de profissionais de tecnologia da informação (TI) foram contratados remotamente por empresas americanas — sem saber que, na verdade, estavam colaborando com o regime de Pyongyang. As informações são da agência AP News.

De acordo com o governo dos EUA, esses trabalhadores, usando identidades falsas ou roubadas, foram enviados pela Coreia do Norte para atuar remotamente em companhias americanas, inclusive grandes corporações listadas entre as maiores do país. Embora as empresas acreditassem que os contratados estivessem nos Estados Unidos, muitos estavam, na verdade, em território norte-coreano ou chinês. Os salários pagos eram transferidos para contas controladas por cúmplices ligados ao regime de Kim Jong-un.

O esquema foi desmantelado por meio de uma operação nacional, que também resultou na apreensão de contas bancárias, computadores e sites utilizados na fraude. Em dois casos específicos, os promotores federais abriram ações nos estados da Geórgia e de Massachusetts.

“Esses esquemas são feitos para driblar sanções, roubar empresas americanas e financiar programas ilícitos, incluindo os armamentos da Coreia do Norte”, afirmou John Eisenberg, chefe da Divisão de Segurança Nacional do Departamento de Justiça dos EUA.

Em Massachusetts, um cidadão americano foi preso, e ao menos sete cidadãos chineses e taiwaneses foram acusados de envolvimento em uma operação que movimentou milhões de dólares. Segundo documentos judiciais, eles registraram contas bancárias falsas e criaram empresas e sites fictícios para dar aparência de legalidade ao trabalho remoto dos norte-coreanos.

Havia também cúmplices nos Estados Unidos que ajudavam os “funcionários fantasmas” a simular acessos remotos a partir do território americano, enganando os sistemas de verificação das empresas contratantes. Embora os nomes das empresas não tenham sido divulgados, autoridades confirmaram que alguns desses falsos empregados chegaram a ter acesso a dados sensíveis — inclusive informações ligadas à tecnologia militar.

Em outra ação, movida na Geórgia, quatro cidadãos norte-coreanos foram acusados de roubar criptomoedas no valor de centenas de milhares de dólares de empresas americanas. Os acusados seguem foragidos.

Ainda segundo a AP News, o Departamento de Justiça tem intensificado seus esforços para interromper fraudes ligadas a Estados estrangeiros, especialmente aquelas que visam burlar sanções econômicas impostas pelos EUA. Casos semelhantes já foram investigados nos últimos anos, e uma força-tarefa especializada foi criada para monitorar essas ameaças cibernéticas.

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