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Paquistão critica Trump por atacar Irã depois de o propor para Nobel

O Paquistão condenou o presidente norte-americano, Donald Trump, por ter bombardeado o Irã, menos de 24 horas depois de afirmar que merecia o Prêmio Nobel da Paz por ter resolvido a recente crise com a Índia.

As relações entre os dois países do sul da Ásia se deterioraram após um massacre de turistas na Caxemira indiana, em abril, com ambos os lados trocando ataques até que negociações lideradas por Washington resultaram em uma trégua — algo que foi atribuído à intervenção de Trump.

Foi justamente essa “intervenção diplomática decisiva e liderança fundamental” que o Paquistão elogiou em um comunicado entusiasmado no sábado à noite, quando anunciou a recomendação formal de Trump para o Prêmio Nobel da Paz.

Menos de um dia depois, porém, o governo paquistanês condenou os Estados Unidos pelos ataques ao Irã, afirmando que os bombardeios representavam “uma grave violação do direito internacional” e das normas da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

O primeiro-ministro do Paquistão, Shehbaz Sharif, expressou sua preocupação durante uma ligação telefônica no domingo com o presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, destacando que os alvos dos bombardeios eram instalações sob supervisão da AIEA.

O Paquistão, que assim como a Índia possui armas nucleares, mantém laços estreitos com o Irã e apoia os ataques contra Israel, com o argumento de que Teerã tem o direito de se defender — segundo a agência de notícias norte-americana Associated Press (AP).

Islamabad não comentou hoje sobre a recomendação do Nobel para Trump, feita após um almoço de alto nível na Casa Branca, na última quinta-feira, entre o presidente norte-americano e o chefe do Exército paquistanês, Asim Munir.

A reunião de quinta-feira, que durou mais de duas horas, também contou com a presença do secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, e do enviado especial para o Oriente Médio, Steve Witkoff.

De acordo com um comunicado do Exército paquistanês, houve uma troca detalhada de pontos de vista sobre as “tensões atuais entre Irã e Israel”, com ambas as partes destacando a importância de uma resolução pacífica do conflito.

Enquanto o Paquistão foi rápido em agradecer a Trump por sua mediação na crise com a Índia, Nova Délhi minimizou a iniciativa e afirmou que não há necessidade de intervenção externa na questão da Caxemira.

A região da Caxemira, localizada nos Himalaias, é dividida entre Paquistão e Índia, mas ambos os países a reivindicam por completo.

A Índia acusa o Paquistão de apoiar grupos militantes na região — algo que o governo paquistanês nega.

Após Israel lançar uma ofensiva contra o Irã em 13 de junho, Trump ordenou um ataque norte-americano contra três instalações nucleares iranianas no último domingo.

Leia Também: Paquistão quer indicar Donald Trump ao Prêmio Nobel da Paz

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