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Greta Thunberg parte de barco rumo a Gaza em missão humanitária

A ativista climática sueca Greta Thunberg partiu nesta segunda-feira (29) em uma missão humanitária rumo à Faixa de Gaza, acompanhada por outros 11 ativistas a bordo de um veleiro que tenta romper o bloqueio imposto por Israel ao território palestino. A ação é organizada pela Coligação Flotilha da Liberdade, um grupo internacional pró-palestina que busca levar ajuda à região por via marítima.

O barco, batizado de Madleen, zarpou do porto de Catânia, na Sicília, sul da Itália. Durante uma coletiva de imprensa antes da partida, os ativistas explicaram que o objetivo é não apenas entregar suprimentos emergenciais à população de Gaza — devastada por quase um ano e meio de guerra — como também chamar a atenção da comunidade internacional para a crise humanitária em curso.

“Estamos fazendo isso porque, independentemente das chances de sucesso, precisamos continuar tentando”, declarou Greta, emocionada, segundo a agência Associated Press. “O momento em que deixarmos de tentar é o momento em que perdemos nossa humanidade. E por mais perigosa que essa missão seja, ela não se compara ao perigo do silêncio do mundo diante de um genocídio transmitido ao vivo.”

Organizações como a ONU alertam há meses para a fome em larga escala que assola Gaza, onde vivem cerca de 2,4 milhões de pessoas. Além do bloqueio israelense, a entrega de ajuda humanitária é dificultada por saques, bombardeios e a total desorganização no território.

Entre os participantes da missão estão o ator irlandês Liam Cunningham — conhecido pelo papel de Davos Seaworth na série Game of Thrones — e a eurodeputada francesa de origem palestina Rima Hassan, que recentemente foi impedida de entrar em Israel por se posicionar contra os ataques a Gaza.

A expectativa é que o Madleen leve cerca de sete dias para chegar ao enclave, desde que a viagem não seja interceptada. No início de maio, uma embarcação da mesma coalizão — o navio Conscience — foi alvo de um ataque por drones não identificados quando navegava em águas internacionais perto de Malta. Segundo os organizadores, o ataque, atribuído a Israel, provocou um incêndio a bordo e danos no casco, colocando a embarcação em risco de afundamento.

O episódio remete ao trágico incidente de 2010, quando tropas israelenses interceptaram o navio turco Mavi Marmara, que também tentava furar o bloqueio de Gaza. A ação resultou na morte de nove ativistas e gerou uma crise diplomática entre Turquia e Israel.

Israel justifica o bloqueio como uma forma de pressionar o grupo extremista Hamas a libertar os reféns capturados durante o ataque de 7 de outubro de 2023, que matou cerca de 1.200 pessoas no sul de Israel e fez 251 reféns. Desde então, a ofensiva israelense já causou mais de 54 mil mortes em Gaza, destruiu grande parte da infraestrutura do território e forçou o deslocamento em massa da população.

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