Mundo

2024 foi o ano mais mortal para jornalistas em 30 anos, diz relatório

O ano de 2024 foi o mais letal para jornalistas nos últimos 30 anos, com pelo menos 124 profissionais mortos em 18 países, de acordo com um relatório divulgado nesta terça-feira (11) pelo Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ).

Aumento da violência contra jornalistas
Segundo o CPJ, os números refletem o impacto crescente de conflitos internacionais, crises políticas e criminalidade contra profissionais da mídia.

“Este é o momento mais perigoso para ser jornalista desde que o CPJ começou a registrar esses dados”, afirmou Jodie Ginsberg, diretora-executiva da entidade.

Em comparação com 2023, houve um aumento de 22% no número de mortes, sendo que a principal causa foi a guerra na Faixa de Gaza entre Israel e o grupo extremista Hamas. 85 jornalistas foram mortos no conflito, sendo 82 palestinos, o que representa 70% das mortes de profissionais de imprensa no mundo em 2024.

“A guerra em Gaza demonstra uma deterioração alarmante da proteção dos jornalistas em zonas de conflito, mas o perigo para a imprensa vai muito além deste território”, alertou Ginsberg.

Regiões mais letais para a imprensa

Oriente Médio e Norte da África: Registraram 97 mortes, representando 78% do total.
Sudão: Em meio à guerra civil, seis jornalistas foram mortos.
Paquistão: Após três anos sem registros, o país teve seis assassinatos de jornalistas em 2024.
Síria: Após a queda do regime de Bashar al-Assad em dezembro, quatro jornalistas foram mortos.
Iraque: Após um ano sem mortes em 2023, três jornalistas foram assassinados em 2024 devido à escalada da violência envolvendo o governo iraquiano e operações turcas contra militantes curdos.

Na América Latina, o México seguiu como um dos países mais perigosos para jornalistas, com cinco assassinatos em 2024. No Haiti, dois jornalistas foram mortos por grupos criminosos.

Alerta para 2025
O CPJ destaca que, além dos 124 assassinatos registrados em 2024, pelo menos 24 jornalistas foram alvos de homicídios diretamente relacionados ao seu trabalho. Além disso, jornalistas independentes representam 35% das mortes, com destaque para 31 freelancers palestinos mortos em Gaza.

A entidade também alertou que 2025 começou com alta violência contra jornalistas, registrando seis assassinatos de profissionais de imprensa nas primeiras semanas do ano.

Diante desse cenário, o CPJ defende a criação de um grupo internacional de investigação para garantir a responsabilização pelos crimes contra jornalistas e reforçar a proteção da imprensa em zonas de risco.

Leia Também: Estado Islâmico reivindica ataque suicida que fez 5 mortos no Afeganistão

Fonte

Deixe um comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Artigos relacionados

Mundo

Carlo Acutis, o ‘santo millennial’, gostava de Pelé e conhecia Nossa Senhora Aparecida

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Nem todo herói usa capa. Mas a...

Mundo

Deputado francês pede investigação do TikTok por “colocar em risco a vida” de usuários

“Parece-me que há delitos de natureza criminal, de cumplicidade ativa e, em...

Mundo

Simulação da turbulência na galáxia não saiu de acordo com as teorias

Ao medir com precisão sem precedentes como a energia turbulenta se move...

Mundo

Explosão de caminhão-tanque deixa 10 mortos e 70 feridos no México

Nesta quarta-feira (10), um caminhão-tanque de gás capotou, pegou fogo e explodiu...