Nesse novo tempo revolucionário, a produção individual ou por grupos humanos não é comparável à velocidade de criação e de disseminação pela Inteligência Artificial.
Muito além das fake news, os fake humans, máquinas que fabricam informação sem a interferência de seres humanos, apenas obedecem ao comando inicial da programação, gerando e distribuindo conteúdo para os públicos que o próprio algoritmo escolhe. A única participação humana é do engenheiro, matemático, programador que define a missão do algoritmo.
A pergunta central é: para o que o algoritmo está programado? Estudos já demonstram vieses identitários, socioeconômicos etc. na seleção de candidatos a emprego em que a escolha de currículos é guiada por inteligência artificial.
Mas, afinal, o que é Inteligência Artificial?
É um sistema que produz informação e faz escolhas independentemente da mediação humana.
Não é uma máquina de café programada para preparar um capuccino diariamente às 7 horas da manhã. A máquina de café com Inteligência Artificial depois de preparar algumas vezes o capuccino, uma manhã vai oferecer um espresso machiatto sem que isso tenha sido pedido a ela. A cafeteira pode estar programada, por exemplo, para estimular o aumento de consumo de leite. Ela descobre maneiras de influenciar o usuário a consumir leite porque sabe muito a respeito do usuário, seus pontos fracos, pontos fortes, gostos, etc.
A Inteligência Artificial tem autonomia para criar conteúdo, escolher a quem encaminhá-los, baseando-se naquele imenso banco de dados, em que tudo o que a pessoa fez na plataforma, na internet, está registrado.
A responsabilização das pessoas pelos conteúdos e as plataformas pela distribuição são a pré-história da revolução em andamento. O que já está acontecendo é que não há, e poderá não haver, mais pessoas criando o conteúdo. Repetindo: a criação e a disseminação do conteúdo se dá e se dará segundo o objetivo da programação do algoritmo. Hoje, o objetivo das plataformas é o lucro financeiro.
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